Beirute, tornou-se capital do Líbano quando ganhou a independência de França em 1943. Permaneceu como uma cidade consolidada até ao culminar na Guerra Civil Libanesa (1975-1990) e, foi durante este período principalmente, que a cidade se tornou numa referência do médio oriente e ponto estratégico de fluxo económico a nível global. Hoje, o contexto de guerra e de acontecimentos marcantes na história do Líbano influencia a maneira como a população vive a cidade e o próprio condicionamento militar impõe um certo poder sobre a comunidade, que não se sente livre na apropriação das zonas públicas da cidade. Depois da Guerra Civil, a empresa Solidere1, uma empresa privada, investiu e propôs a reconstrução do centro da cidade como um sinal de paz e união. Este plano tinha como objetivo o redesenho da paisagem e do espaço público e privado da cidade, no entanto, resultou em muitos espaços de carácter público sem uma função aparente e que não são usados no dia-a-dia pela população. Adicionalmente, as vias rodoviárias superiorizaram-se no desenho urbano, o que fez com que haja uma maior desconexão entre estes espaços e a cidade, onde muitas vezes o acesso é dificultado. Assim sendo, a minha investigação tem como objeto de trabalho a procura da melhor resposta para a reativação de um espaço, que outrora, tinha uma importância fundamental para a cidade e para a população. Neste contexto parece ser importante questionar o porquê do insucesso da implementação destas zonas na malha urbana e também o facto de nunca terem avançado com uma intervenção na Praça dos Mártires.

Beirut became the capital of Lebanon when it gained independence from France in 1943. It remained a consolidated city until the culmination of the Lebanese Civil War (1975-1990) and, it was mainly during this period, that the city became a reference in the middle east and strategic point of economic flow at global level. Today, the context of war and important events in the history of Lebanon influence the way the population lives in the city and the military conditioning it-self imposes a certain power on the community, which does not feel free to appropriate the public areas of the city. After the Civil War, the Solidere company, a private company, invested and proposed the reconstruction of the city center as a sign of peace and unity. This plan aimed to redesign the landscape and the public and private space of the city, however, it resulted in many public spaces without an apparent function and which are not used on a daily basis by the population. Additionally, roadways have become superior in urban design, which means that there is a greater disconnection between these spaces and the city, where access is often difficult. Therefore, my investigation has as its object of work the search for the best answer for the reactivation of a space, which in the past was of fundamental importance for the city and for the population. In this context, it seems important to question the reason for the failure to implement these zones in the urban fabric and also the fact that they never proceeded with an intervention in Martyr’s Square.