O presente texto insere-se dentro do projeto de investigação - Monumentalidade Crítica em Álvaro Siza, e pretende discutir uma nova visão sobre Siza considerando um conjunto de projetos em Vila do Conde - incidindo no Programa Polis. Assim, elabora-se uma narrativa histórico-argumentativa geradora de um pensamento de cidade, o caso de Vila do Conde é particular, dada a natureza singular dos projetos do arquiteto, de cariz predominantemente público de grande escala. O trabalho, numa primeira fase, em grupo, propõe olhar criticamente para as obras do arquiteto de forma a dissecar o seu pensamento e postura em relação à cidade e à arquitetura, que inevitavelmente muda. Deste modo, a abordagem “anónima” do arquiteto desperta interesse em questionar e compreendê-la. Em paralelo, é elaborada a estratégia também de grupo face ao crescimento f ragmentado da cidade, gerando espaço público. É enumerada uma hierarquia de vias, criando uma rede de mobilidade que integra quatro “vazios urbanos” desenvolvidos nas propostas individuais. Esta proposta reside sobre o desaf io da reabilitação do antigo Campo da Seca do Bacalhau. Localizado na foz do rio Ave, este espaço (atualmente descaracterizado) é fundamental para uma leitura da cidade no seu todo: um espaço de transição entre a frente marítima desenhada por Álvaro Siza e o centro histórico de Vila Conde. Assim, numa busca de contrastes entre o passado, o presente e o futuro; o construído, o imaginário e o demolido; interior e exterior; público e privado; água e terra, o projeto procura tornar evidente a memória enquanto motivo arquitetónico.

This paper is part of the research project - Critical Monumentality in Álvaro Siza, and aims to discuss a new vision of Siza considering a set of projects in Vila do Conde - focusing on the Polis Programme. Thus, it elaborates a historical-argumentative narrative that generates a city thought, the case of Vila do Conde is particular, given the singular nature of the architect’s projects, predominantly public projects of large scale. The work, in a first phase proposes to look critically at the architect’s works in order to dissect his thought and posture towards the city and architecture, which inevitably changes. In this way, the “anonymous” approach of the architect arouses interest in questioning and understanding it. In parallel, the group strategy is also elaborated in the face of the fragmented growth of the city, generating public space. A hierarchy of streets is enumerated, creating a mobility network that integrates four “urban voids” developed in individual proposals. This proposal lies on the challenge of the rehabilitation of the former Campo da Seca do Bacalhau. Located at the mouth of the river Ave, this space (currently uncharacterized) is fundamental for a reading of the city as a whole: a transitional space between the sea front designed by Álvaro Siza and the historical centre of Vila Conde. Thus, in a search for contrasts between past, present and future; the built, the imaginary and the demolished; interior and exterior; public and private; water and land, the project seeks to make memory evident as an architectural motif.