Título
Reporting the wirecard scandal: Where were the auditors?
Autor
Jia Zhou
Resumo
pt
A governance externa proposta por Aguilera (2015) considera os auditores, os reguladores e os
meios de comunicação social como vigias do capitalismo para manter afastados os gestores
sem escrúpulos. No entanto, a recente vaga de escândalos contabilísticos e colapsos
empresariais, como o da Wirecard, sugere que as sociedades de revisores oficiais de contas, os
meios de comunicação social e os reguladores não são eficazes na criação de condições para
dissuadir, detetar numa fase inicial e evitar o desastre sistémico decorrete de fraude financeira
de larga escala.
Esta dissertação foi desenhada para analisar o esquema de fraude na Wirecard bem como os
sinais de alerta (red flags) que os auditores da EY não detectaram. Este trabalho procura
também compreender em que medida os meios de comunicação social são capazes de reportar
a maioria dos sinais de alerta de modo a promover a aprendizagem dos seus leitores.
Para o efeito, foi utilizada uma amostra de 40 artigos publicados no FT para identificar os sinais
de alerta no caso Wirecard, para avaliar o grau de rigor com que são relatados e, finalmente,
para compreender o papel dos audotires e até que ponto o relatório sobre os sinais de alerta é
exaustivo.
As conclusões sugerem que os meios de comunicação social podem ser eficazes na cobertura
da maioria dos sinais de alerta, mas que a atenção foi colocada em alvos fáceis, tais como a
liderança pouco ética, menorizando práticas empresariais relevantes que podem desempenhar
um papel mais importante. Além disso, os resultados indicam que a falha do processo de
auditoria, como a atribuída à EY, sublinha a necessidade de todos os agentes externos de
governação empresarial vigiarem não só as empresas, mas também se vigiarem uns aos outros
e à forma como comunicam e utilizam a informação. Auditores, reguladores, educadores,
accionistas, todos têm de desempenhar o seu papel para que a função de vigilância do
capitalismo cumpra a sua obrigação fiduciária.
en
The external corporate governance proposed by Aguilera (2015) takes auditors, regulators, and
the media as watchdogs of capitalism to keep unscrupulous managers at bay. However, the
recent spate of accounting scandals and corporate collapses such as the Wirecard suggest CPA
firms, media and regulators are not effective in creating the conditions to deter, detect at early
stage, and prevent systemic disaster from financial fraud.
This dissertation is designed to analyze the fraud scheme at the Wirecard, and the red flags EY
auditors have missed. It will analyze the extent to which the media are able to cover most red
flags so to foster learning in their reader. For this purpose, a sample of 40 articles published in
FT was used to identify the red flags operating in the Wirecard case, to judge on how closely
they are reported, and finally to understand the role auditors played and how comprehensive
the report on red flags was.
Findings suggest media can be effective in covering most of red flags but that the attention is
being placed on easy targets, such as unethical leadership, while leaving out important
corporate practices that can play a stronger role. Also, findings indicate that audit process
failure such as the one ascribed to EY, stresses the need for all external corporate governance
agents to watch not only the corporations but also to watch each other and how they report and
use information. Auditors, regulators, educators, shareholders all need to play a part to make
the watchdog of capitalism fulfil its fiduciary obligation.