As dependências sem substância são uma perturbação cada vez mais comum na população jovem, com importantes impactos negativos, onde os dados estatísticos apresentam resultados bastante alarmantes. A prevenção é, por isso, fundamental. O presente trabalho tem como objetivos 1) avaliar em que medida a narrativa 9 do programa de prevenção ‘’Eu e os Outros’’ do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD) promove mais crenças relativas a comportamentos seguros no grupo de intervenção (GI) (vs. grupo de comparação/GC), e 2) que crenças permitem predizer comportamentos futuros mais seguros. Seguindo um desenho pré e pós-teste (T1 e T2), com GI e GC, participaram neste estudo jovens com idades compreendias entre os 11 e os 20 anos. Os resultados obtidos não vão ao encontro do objetivo 1, ou seja, não existe um aumento significativo de crenças sobre comportamentos seguros no grupo de intervenção, comparando com o grupo de comparação. Verificou-se também (objetivo 2) que são as atitudes dos jovens que predizem os seus futuros comportamentos seguros e não a norma subjetiva, considerando o modelo da Teoria do Comportamento Planeado. Estes resultados vêm, por um lado, reforçar a importância da avaliação e monitorização de programas de prevenção e, por outro, dar pistas sobre que variáveis podem ser consideradas nestes programas, por forma a promover comportamentos mais seguros que procurem prevenir a dependência sem substâncias.

Non-substance addictions are an increasingly common disorder among young people, with significant negative impacts and where the statistics show very alarming results. Prevention is therefore essential. This study aims to 1) assess the extent to which narrative 4 of the ''Me and Others'' prevention programme run by the Addictive Behaviours and Dependencies Intervention Service (SICAD) promotes more beliefs about safe behaviour in the intervention group (IG) (vs. the comparison group/GC), and 2) which beliefs predict safer future behaviour. Following a pre- and post-test design (T1 and T2), with IG and CG, young people aged between 11 and 20 years took part in this study. The results obtained did not meet objective 1, i.e., there was no significant increase in beliefs about safe behaviour in the intervention group compared to the comparison group. It was also found (objective 2) that it is young people's attitudes that predict their future safe behaviour and not the subjective norm, considering the Theory of Planned Behaviour model. These results, on the one hand, reinforce the importance of evaluating and monitoring prevention programmes and, on the other, provide clues as to which variables can be considered in these programmes to promote safer behaviours that seek to prevent substance dependence.