Título
Educação e socialização de género de jovens raparigas em acolhimento residencial: Um estudo de caso na Casa Laranja
Autor
Santa-Marta, Daniela Balby
Resumo
pt
Nesta dissertação investigámos o papel das instituições de Acolhimento Residencial no combate e/ou na perpetuação das desigualdades de género. Objetivámos identificar conhecimento e práticas de género vigentes numa Casa de Acolhimento (CA), através de um estudo de caso. Foram realizadas sete entrevistas semiestruturadas a profissionais responsáveis pelas estratégias e práticas educativas e de cuidados das jovens, bem como da organização e gestão da casa, que foram tratadas através de uma análise de conteúdo temática. Os resultados indicam que, apesar da atitude de abertura, acolhimento e adaptabilidade à diversidade, o género não é considerado um aspeto diferenciador para a realidade das crianças e jovens acolhidas e, portanto, é ignorado como relevante para a formação laboral da Casa e para a construção de estratégias educativas e interventivas. A abordagem gender-blind impede a identificação de características e necessidades específicas às raparigas e aos rapazes, que tem implicações na intervenção coletiva e individual no combate às desigualdades de género. Ao abordarmos o papel institucional no combate e/ou perpetuação das desigualdades de género contribuímos para o conhecimento existente sobre o(s) contexto(s) de Acolhimento Residencial, em Portugal e sobre raparigas em acolhimento.
en
In this dissertation we investigate d the role of Residential C are Homes in combating and/or
perpetuating gender inequalities. Our aim was to identify gender knowledge and practices in a
Residential Home through a case study. Seven semi structured interviews were carried out with
professionals responsible for the educational and care strategies and practices of the girls, as well as
the organisation and management of the home, which were processed through a thematic content
analysis. The results indicate that, despite the attitude of openness, welcomeness and adaptability to
diversity, gender is not considered a differentiating aspect for the reality of the children and young
people in care and is therefore ignored as relevant to the h o me’ s work training and the construction
of educational and intervention strategies. The gender blind approach prevents the identification of
characteristics and needs specific to girls and boys, which has implications for collective and individual
intervention in fighting gender inequalities. Addressing the institutional role in combating and/or
perpetuating gender inequalities contributes to existing knowledge about residential care settings in
Portugal and about girls in care.