O presente Trabalho de Projeto, apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Estudos de Desenvolvimento, teve por objetivo analisar a participação das mulheres migrantes e refugiadas na avaliação de impacto social do projeto “Corações que Cuidam”, do Serviço Jesuíta aos Refugiados. O aumento da mobilidade de populações das mais diversas origens, que chegam a Portugal à procura de mais qualidade de vida, assim como o crescente envelhecimento da população urbana, tem surgido como uma oportunidade de desenvolvimento de respostas de empregabilidade inovadoras. No entanto, é importante medir o seu impacto, e são cada vez mais as organizações que procuram conhecer as mudanças provocadas, através da avaliação de impacto social, que na prática, nem sempre consegue ser muito inclusiva da diversidade de perspetivas dos participantes. A partir da revisão da literatura sobre desenvolvimento humano, participação e avaliação de impacto social, procurou-se analisar a participação das mulheres migrantes e refugiadas, nas diferentes componentes da avaliação de impacto social do projeto, identificando mais valias e constrangimentos, assim como as condições fundamentais para que a participação da comunidade possa ser ética e mais livre. Incluir a diversidade de perspetivas e competências das comunidades nos projetos que impactam nas suas vidas, implica mobilizar a sua participação nos processos de avaliação, o que vai reforçar as mudanças e potenciar a sustentabilidade das intervenções, por via de um maior envolvimento, assim como aumentar a transparência do trabalho das organizações.

The current Work Project, presented as a partial requirement to obtain the master’s degree in development studies, aimed to analyse the degree of participation of migrant and refugee women in the social impact assessment of the “Corações que Cuidam” project, of the Jesuit Service to Refugees. The increased mobility of populations from the most diverse origins, who arrive in Portugal looking for a better quality of life, as well as the growing age of the population, in urban contexts, has emerged as an opportunity to develop innovative training and employability responses. However, it is important to measure the impact they cause, so more and more organizations are seeking to understand the changes caused through social impact assessment methodologies which, in practice, are not always very inclusive of the diversity of the participants' perspectives. Based on a review of the literature on human development, participation, participatory evaluation, and social impact assessment, we sought to analyse the participation of migrant and refugee women in the different components of the social impact assessment of the project, identifying added value and process constraints, as well as the fundamental conditions for community participation to be ethical and free. Including the diversity of perspectives and skills of communities in projects that impact their lives, implies mobilizing their participation in the evaluation processes, reinforcing changes and the sustainability of interventions, through greater involvement, as well as the transparency in the work of social organizations.