Esta tese analisa o impacto de fatores sociais-macro e grupais na saúde e bem-estar das pessoas com deficiência, considerando duas abordagens da saúde: uma abordagem psicológica social (nível grupal; baseada na abordagem da identidade social e na teoria do contacto intergrupal) e a abordagem dos determinantes sociais da saúde (nível macro; baseada na igualdade social). Ao nível grupal, um estudo transversal (Inquérito Social Europeu – ISE; n = 18 660; 32 países; 7 vagas) demostrou que o ableism/ capacitismo estava mais negativamente associado à saúde e bem-estar do que outros tipos de discriminação grupal, quer inter-sujeitos quer intra-sujeitos. Além disso, um estudo de diário durante 7 dias (n = 83; observações = 400) e um estudo longitudinal de 3 anos (n = 87; 3 vagas), mostraram que o contacto intergrupal positivo atenuou os efeitos adversos do contacto intergrupal negativo no bem-estar e no afeto grupal, e facilitou laços grupais, entre as pessoas com deficiência. Ao nível macro, um estudo transversal (ISE; n = 18 924; 31 countries; 7 vagas) demonstrou que a igualdade social estava positivamente associada à saúde e bem-estar das pessoas com deficiência, apenas quando existia legislação em assistência pessoal. A relação igualdade-saúde foi explicada por uma maior participação pública, satisfação com a democracia e economia, e opiniões mais positivas sobre os serviços de saúde. Estes resultados são discutidos integrando as duas abordagens utilizadas. Esta tese contribui para o debate empírico e teórico nos campos da psicologia social, da psicologia social da deficiência, e dos estudos da deficiência.

This thesis analyses the impact of societal and group factors on the health and well-being of disabled people, considering two approaches to health: a social psychological approach to health (group level; based on the social identity approach and intergroup contact theory) and the approach of the social determinants of health (societal/macro level; based on social equality). For this purpose, I conducted four studies. At the group level, a cross-sectional study (European Social Survey - ESS; n = 18 660; 32 countries; 7 waves) showed that ‘ableism’ was more negatively associated with health and well-being than were other types of group-based discrimination, between and within subjects. Additionally, a 7-day diary study (n = 83; observations = 400), and a 3-year longitudinal study (n = 87; 3 waves), showed that positive intergroup contact attenuated the adverse effects of negative intergroup contact on well-being and ingroup affect, and, in turn, facilitated ingroup ties among disabled people. At the societal level, a cross-sectional study (ESS; n = 18,924; 31 countries; 7 waves) showed that social equality was only positively associated with the health and well-being of disabled people when legislation on personal assistance was present. The equality-health relationship was explained by greater public participation, satisfaction with democracy and the economy, and more positive opinions about health services. These findings are discussed through the integration of the two approaches used. This thesis contributes to empirical and theoretical debates in the distinct fields of social psychology, social psychology of disability, and disability studies.