Após os problemas globais recentes que a sociedade e as organizações enfrentam, o bem-estar no mundo laboral tornou-se numa das maiores preocupações das organizações. As empresas de transportes de mercadorias têm sido um dos setores mais afetados por desafios e obstáculos, que podem originar num aumento das exigências para os seus colaboradores, tendo consequentemente impacto no bem-estar de quem executa estas funções, nomeadamente os motoristas. A partir do Modelo JD-R (Bakker et al., 2017) os objetivos propostos neste estudo são perceber se as exigências laborais desta profissão têm impacto no bem-estar (ansiedade e engagement), examinar qual o efeito dos recursos organizacionais (apoio social) perante estas exigências, e perceber se os recursos pessoais podem ter um papel fundamental na moderação dos efeitos tanto negativos como positivos (resiliência e gestão de emoções). Foram aplicados dois questionários numa organização portuguesa, que separaram temporalmente as variáveis de input (Q1) e as de output (Q2). Foi recolhida uma amostra de 122 indivíduos (N=122; 100 motoristas e 22 gestores de tráfego). Os resultados do estudo indicam que as exigências laborais interferem realmente no bem-estar, sendo que provocam nos indivíduos sintomas de ansiedade e stress, mas não tem impacto negativo expressivo sobre o engagement. O apoio social indicou ter um impacto positivo sobre o bem-estar, e na moderação entre a resiliência e a ansiedade. O efeito moderador da resiliência e da regulação de emoções sobre o engagement não se verificou.

Following the recent global problems facing society and organisations, well being in the workplace has become one of the biggest concerns for organisations. Freight transport companies have been one of the sectors most affected by challenges and obstacles, which can lead to increased demands on their employees, consequently having an impact on the well being of those who perform these functions, namely drivers. Based on the JD R Model (Bakker et al., 2017), the objectives of this study are to understand whether the work demands of this profession have an impact on well being (anxiety and engagement), to examine the effect of organisational resources (social support) in the face of these demands, and to understand whether personal resources can play a fundamental role in moderating both negative and positive effects (resilience and emotion management). Two questionnaires were administered in a Portuguese organisation, which temporally separated the input (Q1) and output (Q2) variables. A sample of 122 individuals was collected (N=122; 100 drivers and 22 traffic managers). The results of the study indicate that work demands do interfere with wellbeing, causing individuals to experience symptoms of anxiety and stress, but do not have a significant negative impact on engagement Social support was shown to have a positive impact on well being, and on moderating resilience and anxiety. There was no moderating effect of resilience and emotion regulation on engagement.