Título
(Des)valorização da imagem: Trampolim: O concurso como projeto académico
Autor
Teixeira, Ana Maria do Carmo Rosa
Resumo
pt
A jornada da aprendizagem na arquitetura é um processo contínuo que passa por
pequenos saltos na academia que se estendem e persistem ao longo do percurso
profissional, que moldam e transformam a nossa compreensão e prática.
Nos últimos dez meses do nosso percurso académico, num só salto para o mundo
dos concursos públicos enquanto exercício, compreendemos, como estudantes,
que tudo aquilo que a arquitetura vive e explora como prática é afetada por
condicionantes regulamentares que, por vezes, a rejeitam enquanto disciplina
autoral. Só quando confrontados com a apresentação dos resultados de um
concurso é que percebemos o enorme peso e valor que a imagem, enquanto
render, tem perante qualquer elemento entregue ou até mesmo o próprio valor da
proposta.
Tal como um empratamento não traduz o sabor de um prato, na arquitetura, por
vezes um elemento produzido para comercializar o projeto/ideia não consegue
atingir o mesmo impacto que um desenho possivelmente tem.
Procura-se assim desenvolver numa segunda fase, após uma reflexão individual da
experiência prática destes concursos, a análise e o repensar da imagem enquanto
objeto de evolução e estudo na arquitetura a fim de preservar a sua autenticidade
e não o seu afirmar como um produto final.
Toda esta procura, leva-nos a compreender que o problema da imagem não é só à
priori mas que se estende também à posteriori.
Uma realidade atual que, por vezes, diminui o valor de aquilo que é o pensamento
e domínio da disciplina privilegiando a estética e não a crítica.
en
The journey of learning in architecture is a continuous process, starting with small
steps in academia and extending throughout the professional career, shaping and
transforming our understanding and practice.
In the last ten months of our academic path, we entered the world of public
tenders and realized the impacts regulatory constraints have on architecture
practice, sometimes rejecting it as an authorial discipline. Only when confronted
with the outcome of public tenders does one realize the considerable weight
given to imagery, namely as a rending, as opposed to the output delivered or value
proposition itself.
Figuratively, just as plating does not translate a dish's flavour, elements
purposefully delivered to market the project/idea often fail to achieve the impact
created by a visual element.
As such, after carefully pondering the experience gained with these tenders, the
aim is to analyze and rethink the role of imagery as an element of evolution and
study within architecture rather than an end product.
All this search leads us to understand that the problem of the image is not only “a
priori”, but also extends “a posteriori”.
This contrasts with the current reality, which sometimes diminishes the role of
thought and mastery, instead privileging aesthetics over criticism.