Inicialmente as empresas de bens de luxo eram essencialmente “marcas isoladas” – paraísos da alta-costura, de exclusividade diferenciada pelo preço, que tal isolamento de outras entidades era essencial para o brilho de suas marcas. Contudo, o mundo é hoje mais aberto e interconectado que nunca, e Brasil, Rússia, Índia e China (BRIC) não são exceção. O intuito desta dissertação é encontrar uma conexão neste aparente antagonismo existente entre países BRIC e Indústria dos Bens de Luxo relativamente à possibilidade do mundo contemporâneo vislumbrar bens de luxo produzidos em tais mercados emergentes. Através de uma análise realizada em empresas de bens de luxo, é possível ver que as mesmas estão a realizar um esforço para serem mais competitivas e encontrar vantagens que as diferencie. Produzir em países emergentes é uma opção válida para muitas empresas, mas poucas conseguiram materializar essa decisão em crescimento contínuo devido a fatores como o país de origem da empresa e a importância dada aos direitos humanos e códigos de conduta. Adicionalmente, a análise conduzida ao consumidor final revela que a percepção do consumidor relativamente a este tópico segue em linha com a visão fomentada pelo mundo globalizado, onde o consumidor de bens de luxo compra esses bens independentemente do local de onde é originário o produto desde que mantenha a sua qualidade, design e desempenho. Assim, desde que as empresas encontrem um método de adaptação sem submeter a sua essência, a estratégia de começar a produzir nos países BRIC, por exemplo, tem a sua margem de sucesso.

There once was a time when luxury companies were essentially “brand islands” – havens of haute couture and high-priced exclusivity whose isolation from other business entities was essential to luster of their brands. Yet, the world is now more open and interconnected than at any other stage in its history and Brazil, Russia, India and China (BRIC markets) are not exempt. The aim of this dissertation is to find a link on this apparent antagonism between BRIC countries and the Luxury industry regarding the possibility of the contemporary world having luxury goods produced in such emerging markets. Through luxury companies’ analysis it’s possible to see that companies are making an effort to be more competitive and find the edge that differentiates them from the others. Unquestionably that producing in emerging countries is a well seen option by many companies but only few could materialize that decision into regular growth due to several reasons such as company’s country of origin and importance given to the human rights and codes of conduct. Moreover, the analysis conducted to the final consumer shows that consumer’s perception on this subject follows the vision enhanced by a globalized world where the luxury consumer will buy luxury goods no matter where the product is made as long as it maintains its quality, design and performance. Thus, as long as companies find a way to adapt without losing their essence, the international business strategy of starting producing in the BRIC countries, for instance, has its large chance of success.