Este trabalho pretende compreender as práticas e as competências que o doente diabético detém para pesquisar informação sobre saúde/doença e perceber qual o seu impacto ao nível de uma gestão quotidiana da sua doença que ocorre numa sociedade, a portuguesa, que assiste à consolidação de um modelo de desenvolvimento informacional. Partindo da descrição de um contexto de saúde que integra a iniciativa europeia da saúde em linha e cuja implementação das novas tecnologias de informação e comunicação proporciona novas interacções por mediação tecnológica e um acesso facilitado à informação via Internet, destaca-se o conceito de literacia em saúde enquanto competência-chave que medeia a relação do indivíduo com as diferentes dimensões que integram um contexto de saúde compreendido numa perspectiva alargada. Através de uma metodologia qualitativa por entrevista semi-directiva a dezassete doentes crónicos, procura-se perceber a forma como estes doentes constroem, ou não, projectos de autonomia em relação à sua saúde em função das suas competências de literacia em saúde e práticas de pesquisa de informação. Concluiu-se que as competências de literacia em saúde e de utilização de TIC promovem a construção dos projectos de autonomia destes doentes e o acesso à reflexividade.

This study focuses on the practices and the skills that the diabetic patient uses to search information about health/disease and on understanding their impact on the daily management of his disease in a society, the Portuguese, which lives the consolidation of a model of informational development. Based on the description of a health context that incorporates the European initiative for e-Health, on which implementation of new information and communication technologies (ICT) provides new interactions through a technology mediation and easier access to information via Internet, we highlight the concept of health literacy as a key competence that mediates the relationship between the person and the different dimensions that comprise a health context understood from a broad perspective. Using a qualitative methodology through semi-directive interviews to seventeen diabetic patients, we intend to understand how these patients build or not autonomy projects in relation to their health literacy skills and research practices of health information. We concluded that skills of health literacy and ICTs use determine the development of autonomy projects on the patients and the access to reflexivity.