Título
Coleccionadores de arte: Tendências e motivações
Autor
Macedo, Leonor Leite de
Resumo
pt
Quantas obras de arte são necessárias para que um conjunto de objectos passe a ser
uma colecção? Uma colecção não se faz de peças únicas mas também não se mede de
forma quantitativa. Parece, antes, definir-se pelas características intrínsecas de cada
peça e pelas ligações que estas estabelecem com o conjunto. Umacolecção implica,
então, que os objectosse agrupem por tipologias e tenham pontos de contacto?
Talvez, mas uma colecção também não se faz de objectos repetidos. Implica quecada
objecto, com as suas particularidades, entre na lógica do agrupamento acrescentando-lhe uma variável? É possível, mas a linha entre coleccionar, acumulare armazenar
pode ser bastante ténue. Podemos, então, defender que uma colecção implica uma
coerência temática? Certamente. Acoerência temática de cada colecção é o olhar e o
gosto do seu coleccionador.
As colecções existentes são tantas e tão heterogéneas como as personalidades dos
coleccionadores que as construíram tornando, por isso, a tentativa de definir “oqueé
uma colecção”num exercício difícil. Esta reflexão debruça-se sobre as motivações
dos coleccionadores de arte,sobre esse fascinante grupo que, escolhendo e
seleccionando, dá forma a um conjunto de objectos que se torna autónomo e vivo.No
entanto, como não se chega ao “espírito do coleccionador”sem se analisar a essência
da sua colecção, esta reflexão debruça-se, também, sobre as suas colecções e sobre a
emocionante busca pela “peça certa”. Uma busca justificada pelodesejo de melhorar
a colecção e da qual se alimenta a alma dos verdadeiros coleccionadores.
en
How many works of art are required for that a set of objects becomes a collection? A
collection is not made of single objects, but can notalsobe measured quantitatively.
Rather, it seems to be defined by the intrinsic characteristics of each object and by the
linkages they establish with the assembly. Does acollection implies that the objects
are grouped together by typologies? Perhaps, but a collection is not made of repeated
objects. Itimplies, then, that each piece with its unique featuresbe part of the group,
but also to add its variable. Nevertheless, the line between collecting, accumulating
and hoardingcan be quite thin. Can we, hence, argue that a collection implies a
thematic coherence? Certainly. The thematic coherence of each collection is the taste
and concept of its collector.
The existing collections are so many and so heterogeneous as the personalities of their
collectors. Therefore, the attempt to define “what is a collection”is a daunting
exercise. This reflection focuses on the art collectors motivations: on how this
fascinating group, by selecting and choosing objects of art, buildsa set of objects that
becomes autonomous and alive. However, as one doesnot get to the “spirit of the
collector”without analyzing the essence of his collection: this reflectionfocusesalso
on collections and on the search for “the right object” –asearch justified by the
strong desire to improve the collection and from which the fire that sparks the spiritof
the true collector is fueled.