Título
O papel do suporte social formal e informal na adesão ao tratamento, no funcionamento social e na qualidade de vida em adultos com doença mental grave
Autor
Beja, Marta Repolho
Resumo
pt
O presente estudo pretende contribuir para a compreensão do impacto do Suporte Social Formal e Informal em termos da adesão ao tratamento, no funcionamento social e na qualidade de vida de pessoas adultas com doença mental grave, nomeadamente com esquizofrenia. Para o efeito, seleccionou-se uma amostra composta por 70 indivíduos com doença mental grave de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 19 e os 65 anos. A amostra encontra-se estruturada em três grupos de acordo com o tipo de seguimento efectuado, nomeadamente: 1) internamento residencial; 2) estruturas de reabilitação e 3) ambulatório. Foram utilizados cinco instrumentos de avaliação, quatro dirigidos aos doentes (administrados em entrevista estruturada) e um direccionado para os técnicos/terapeutas. Os instrumentos de avaliação dirigidos aos doentes foram os seguintes: o instrumento de avaliação da qualidade de vida (WHOQOL-bref); a escala de adesão à medicação (MARS), que foi adaptada não só para medir a adesão à medicação, como também para avaliar a adesão ao tratamento psicossocial; o inventário de aliança terapêutica (WAI-S) e o questionário de apoio social (SSQ). O instrumento dirigido aos técnicos/terapeutas foi a escala de funcionamento pessoal e social (PSP). Os resultados principais revelaram que a qualidade da relação terapêutica tem um papel significativo na adesão ao tratamento, quer farmacológica quer psicossocial, para além do efeito geral do suporte social informal e que existe uma relação complexa entre suporte social e adesão, qualidade de vida e funcionamento social, que difere entre modalidades de tratamento. Estes resultados são discutidos à luz da literatura e das implicações para a prevenção e tratamento da doença mental grave.
en
This study intends to contribute to the understanding of the impact of Formal and Informal Social Support in terms of adherence to treatment, social functioning and quality of life of adults with severe mental illness, including schizophrenia. In this way, we recruited a sample of 70 individuals with severe mental illness in both sexes, aged between 19 and 65 years. From this sample, three groups were created according to the type of treatment provided: 1) inpatient long-term treatment; 2) half-way house / day treatment; and 3) outpatient treatment. Five measures were used, four of each filled in by the patients in a structured interview and one to be filled in by the case manager. The instruments included assessment of quality of life (WHOQOL-bref); medication adherence (MARS), as well as an adapted version regarding adherence to psychosocial treatment; quality of therapeutic alliance (WAI-S), and amount and satisfaction with social support (SSQ). Case managers provided information the personal and social functioning (PSP). Main results revealed that the quality of the threpeutic relation had a significant effect on adherence to both medication and psicossocial treatment; and that the relation between social support and adherence, quality of life and social functioning is complex, given that it depends on treatment modality. These results will be discussed based on the extent literature and implications for prevention and treatment.