Este trabalho estuda a dimensão cultural como determinante da remuneração dos executivos assim como a eficiência deste tipo de remuneração em aumentar o desempenho. O estudo respeita à realidade portuguesa dando um contributo importante para a falta de literatura sobre estes assuntos no que toca aos países do sul da Europa. A análise foi realizada recorrendo a dados de 126 empresas com operações em Portugal para o período de 2003 a 2007 contendo informação sobre diversas características de mais de 1,400 executivos. Usando esta informação recolhida por uma empresa de Recursos Humanos, foram estimados dois modelos de regressão para avaliar as hipóteses formuladas. Contrariamente às nossas espectativas, os resultados obtidos referentes à cultura como determinante das políticas de remuneração, mostraram-se negativos com significância estatística para as empresas Anglo-Saxónicas. Dito de outra forma, uma empresa de origem Anglo-Saxónica tem, em média, menor probabilidade de possuir sistemas de remuneração variável que uma empresa de origem portuguesa. Simultaneamente, foi confirmada a significância estatística da dimensão da empresa e do antiguidade do trabalhador como determinantes da remuneração dos executivos, como defendido por diversos estudos anteriores. Quanto à eficácia das políticas de remuneração variável, obteve-se uma relação negativa, apesar de não ser estatisticamente significativa, entre a proporção de remuneração variável do ano anterior e o desempenho da empresa no ano corrente.

This research studies the cultural dimension as determinant of executive’s remuneration as well as the effectiveness of variable compensation policies in increasing performance. It is respected to the Portuguese reality giving an important contribution to the lack of literature on these subjects regarding south Europe countries. The referred research was performed using data of 126 companies operating in Portugal for the period between 2003 and 2007 containing information about several characteristics of more than 1,400 executives. Using this data collected by a Human Resources company two main regression models were estimated to check the hypotheses formulated. Inversely to our expectations, the obtained results regarding the culture as determinant of variable pay policies showed a negative impact to the Anglo-Saxon companies. In other words, an Anglo-Saxon original company has, on average, lower probability of having pay-for-performance policies than a Portuguese original one. Simultaneously, we confirmed the statistical significance of size and tenure as determinant of executive remuneration, as supported by several prior studies. Regarding the effectiveness of variable pay policies, it was obtained a negative, non-statistically significant, relationship between the proportion of variable pay in previous year and the current year firm performance.