Título
A violência nas relações de intimidade conjugal em Angola: pensar e agir das vítimas face à violência
Autor
Olim, Lourença Freitas dos Santos Vieira de
Resumo
pt
A violência doméstica tem sido considerada um problema de saúde pública que envolve diferentes classes sociais, etnias, idades, sexos e religiões. As mulheres são as maiores vítimas de violência na intimidade conjugal, contudo não procuram os serviços disponíveis, o que torna escassas as estatísticas sobre o fenómeno (País, 1996) que deverá ser visto como um fator de risco para um ajustamento saudável dos envolvidos. O estudo teve como objetivo a descrição das perceções dos técnicos e das vítimas ligados a violência entre parceiros íntimos em contexto angolano. Foram entrevistadas dez vítimas e de cinco técnicos, tendo sido realizada uma análise qualitativa dos dados, de modo a compreender as suas perceções sobre o fenómeno. Os resultados indicam que as perceções dos entrevistados vão, de uma forma geral, ao encontro ao descrito na literatura. São descritas algumas deficiências nas respostas sociais do serviço de apoio dos técnicos entrevistados. Cabe ao Estado proporcionar políticas mais atuante no sentido da prevenção de novos casos.
en
Domestic violence has been regarded as a public health problem involving different social classes, ethnicities, ages, genders and religions. Women, being the main victims of violence in marital intimacy, do not seek the available services, making scarce the statistics on the issue and being a risk factor for the actors involved in it. Regarding this problem, this study aims to describe the perceptions of professionals and victims related to domestic violence in the Angolan context. With a sample of ten victims and five professionals, we described and analyzed the perceptions of those involved, obtained through interviews and using qualitative research. The study results show that perceptions of the respondents are consistent, in general, to what is described in the literature, and also that there are some shortcomings in social responses of the professionals’ services. It is up to the State to provide more active policies to prevent new cases.