Título
Os sentidos nos museus: acessibilidade para o público cego
Autor
Henriques, Rita Maria Vigário
Resumo
pt
As pessoas com deficiência visual vivem diariamente num desafio
para ultrapassar as barreiras físicas e sociais que fazem parte do
mundo em que vivemos, numa sociedade pensada para a
população normovisual. Para além das necessidades básicas do
quotidiano, as pessoas com deficiência têm direito à educação, à
cultura e ao lazer, bem como desejos e interesses que muitas
vezes acabam por ficar esquecidos até mesmo por elas. Ao não
serem disponibilizados meios de acessibilidade nos espaços
públicos ou, neste caso específico, nos espaços culturais, estamos
a excluir estas pessoas da fruição do seu conteúdo e do usufruto
dos seus direitos, levando a que se recolham nas suas zonas de
conforto por considerarem que a sociedade não está preparada
para as receber.
A deficiência e o estigma que lhe está associado são temas
introdutórios para o presente trabalho que pretende abordar a
inclusão social e o papel dos espaços culturais na sua abertura a
todos os cidadãos. Para compreender de que forma pode ser
trabalhada a acessibilidade foi realizado um acompanhamento do
trabalho de uma associação que promove o acesso à cultura.
Numa aproximação à realidade da cegueira, estabeleceu-se
contacto com pessoas cegas e de baixa visão para conhecer as
suas perspetivas e expetativas em relação à pratica de atividades
culturais. Tentando sempre uma abordagem do ponto de vista do
deficiente visual, realizou-se ainda uma análise de estudos de
caso em três museus onde foram observados os métodos
utilizados para transmissão do discurso museológico ao visitante
cego.
en
People with visual impairment live a daily challenge to overcome
physical and social barriers that are part of the world where we
live, in a society thought to the sighted population. In addition to
the basic daily needs, people with disabilities are entitled to
education, culture and leisure, as well as desires and interests that
often end up being forgotten even by them. By not being available
accessibility means in public spaces or, in this particular case, in
cultural centers, we exclude these people from the enjoyment of
their content and the enjoyment of their rights and so they prefer to
gather in their comfort zones in the belief that society is not
prepared to receive them.
The disability and stigma associated with it are introductory
subjects for this study that aims to address social inclusion and the
role of cultural spaces in its openness to all citizens. To understand
how accessibility can be worked it was conducted a monitoring of
the work of an association that promotes access to culture. As an
approach to the reality of blindness, it was established contact with
blind an low vision people to know their perspectives and
expectations in relation to the practice of cultural activities. Always
trying an approach from the perspective of the visual impaired,
there was also a case study analysis in three museums where the
methods used for transmission of museological speech to blind
visitors were observed.