Título
O fim da Guerra Fria na Imprensa angolana: o Jornal de Angola 1988-1991
Autor
Chipeco, Salomão Arão
Resumo
pt
As transformações ocorridas entre 1989 a 1991 revelaram-se fundamentais no processo que
levou à queda do Muro de Berlim em 1989, ao fim do Comunismo na Europa de Leste e ao
próprio colapso da URSS, afetando de forma decisiva a resolução dos conflitos político-militares na África Austral e a transição política e democrática em Angola.
A nossa análise aos conteúdos do Jornal de Angola – órgão oficioso do regime de Luanda e
do MPLA-PT – permitiu-nos compreender como o partido e o regime procuraram veicular a
ideia de que a derrocada do Socialismo Real não representava uma ameaça para ambos, antes
uma oportunidade de renovação da sociedade e da política angolana. Simultaneamente
constatámos que ao comentar as mudanças em curso na política interna e externa da União
Soviética e os reflexos destas mudanças em Angola, o Jornal de Angola manteve sempre
numa perspetiva institucional, ou seja, adotou o ponto de vista quer das autoridades
reformistas do PCUS quer do MPLA.
en
The changes occurred between 1989-1991 proved to be fundamental in the process that led to
the fall of the Berlin Wall in 1989, the end of Communism in Eastern Europe and the very
collapse of the USSR, affecting decisively the resolution of political and military conflicts in
Southern Africa and the political and democratic transition in Angola.
Our analysis of the newspaper's content Jornal de Angola – unofficial organ of the regime of
Luanda and the MPLA-PT – allowed us to understand how the party and the regime sought to
convey the idea that the collapse of Real Socialism did not represent a threat to both, but
indeed an opportunity for the renewal of Angolan society and politics. At the same ti me, we
found that in the review of the ongoing changes in domestic and foreign policy of the Soviet
Union and their impact in Angola, Jornal de Angola has always maintained an institutional
perspective, that is, it adopted the point of view of the reformist authorities in Moscow and
the MPLA.