Título
Flanando por Addis Abeba: renovação urbana e mobilidade na capital etíope
Autor
Soares, Rodolfo
Resumo
pt
Fundada 1886 por Menelik II, Addis Abeba, capital e principal centro urbano da
República Federal da Etiópia, é uma metrópole com 3 milhões de habitantes, em grande
desenvolvimento. O crescimento populacional da cidade não tem contudo sido acompanhado
pelo desenvolvimento das infraestruturas ao seu dispor: habitações, ruas, passeios ou acesso
a serviços e bens, toda a rede de apoio ao desenrolar da vida quotidiana estagnou, tendo em
muitos casos até sofrido retrocessos face aos interesses da especulação imobiliária. Apoiadas
por sistemas de mobilidade baseados no veículo motorizado, emergem novos conceitos e formas
urbanas, que alteram os ritmos de vida e exigem dos habitantes da cidade uma habituação,
impondo-lhe normas e regras funcionalistas, que excluem populações menos favorecidas,
favorecendo uma cidade de exclusões.
Uma vez que a história do urbanismo etíope é marcada pela existência pela não existência de
dicotomias na distribuição do espaço urbano, pois populações privilegiadas e populações menos
privilegiadas convivem lado a lado, a disrupção deste modelo é potencialmente causadoras de
problemas de ordem económica, social e até para saúde das populações.
Através de uma viagem quer pela história, quer pelas ruas e espaços públicos da cidade, com
um olhar ora distanciado ora próximo, este trabalho procurará entender os problemas que se
colocam à cidade suas populações.
en
Founded in 1886 by Menelik II, Addis Ababa, the capital and main urban center of
the Federal Republic of Ethiopia, is a city with 3 million inhabitants facing rapid development.
However, the growth in urban population has not been accompanied by the development of
the city’s infrastructures: houses, streets, sidewalks or access to goods and services, the entire
network that supports the unfolding of everyday life stagnated and in many cases has suffered
setbacks caused by real estate speculation. With the support of mobility systems based on motor
vehicles, new concepts and urban models are emerging, changing the rhythms of urban life,
requiring the townspeople’s habituation of functionalist rules and regulations, which exclude
disadvantaged populations, thus favouring a city of exclusions.
Given that Ethiopia´s urban history is marked by the absence of dichotomies in the distribution
of it’s urban space, as both privileged and underprivileged populations live side by side, the
disruption of this equitable model has the potential to create social, economical and even health
related issues for the population.
Either by a journey through Addis Ababa´s history, or by it’s streets and public spaces, whilst
viewing matters both up closely and from afar, this paper will seek to understand the problems
that the city and it´s population are facing.