Título
Four essays on John Ruskin’s economic writings
Autor
Carvalho, Luís Francisco
Resumo
pt
John Ruskin (1819-1900) é principalmente reconhecido nos dias de hoje enquanto
crítico, estudioso e professor de Arte. No entanto, entre os seus múltiplos interesses,
pode encontrar-se uma profunda preocupação com as rápidas transformações sócioeconómicas
associadas à emergência e consolidação do capitalismo industrial na
Inglaterra vitoriana. Como, na sua perspectiva, os elementos fundamentais dessas
transformações eram inspirados e/ou legitimados por uma nova ciência, a ‘economia
política clássica’, Ruskin vai empenhar-se fortemente na sua crítica, avançando com
uma alternativa, uma economia política ‘verdadeira’. O principal objectivo desta
dissertação é apresentar uma leitura sistemática dos escritos económicos de Ruskin,
mostrando que possuem conteúdo económico relevante. Adicionalmente, procura
entender-se a perspectiva enunciada por Ruskin em termos de uma ‘abordagem
moral à economia política’. Estes objectivos são prosseguidos através de: (a)
exploração textual das obras de Ruskin consideradas relevantes; (b) envolvimento
dos escritos de Ruskin no que pode chamar-se de ‘conversação inter-textual’ com
figuras consensualmente centrais na historiografia convencional do pensamento
económico, designadamente Adam Smith, John Stuart Mill e Karl Marx; (c) recolha
e análise de alguns textos que podem ser qualificados de ‘continuações’ do
pensamento de Ruskin, designadamente de William Morris, John Hobson e Richard
Tawney. A dissertação é apresentada sob a forma de um conjunto de quatro ensaios.
Cada ensaio foi concebido como uma unidade auto-contida, susceptível de leitura
independente, formando, contudo, parte de um todo coerente. Os quatro ensaios
cobrem o pensamento de Ruskin relativamente aos seguintes tópicos: a natureza e
estatuto da economia política enquanto saber; o trabalho e as suas recompensas; os
conceitos de riqueza e valor; os limites e alternativas ao sistema de mercado.
en
John Ruskin (1819-1900) is most immediately known today as a very influential art
critic, scholar, and professor. However, among his many interests also figures a deep
apprehension regarding the socio-economic conditions of his country in a time
marked by the profound and rapid transformations associated with the rise of
industrial capitalism. Since Ruskin sensed that the core elements of these
transformations were inspired and/or legitimised by the emergent ‘classical political
economy’, he felt compelled to undertake a critique of it, and to advance an
alternative, or ‘true’, political economy. The main objective of this dissertation is to
provide a systematised reading of Ruskin’s economic writings, and show that they
possess relevant economic content. This is compounded by a concern to see Ruskin’s
standpoint as an instance of what may be termed a ‘moral approach to political
economy’. These objectives are pursued by: (a) a textual exploration of Ruskin’s
works; (b) an engagement of Ruskin’s writings on what may be termed an ‘intertextual
conversation’ with figures that are universally considered as central in
histories of economic thought, namely with Adam Smith, John Stuart Mill, and Karl
Marx; (c) an examination of some texts that can be seen as ‘continuations’ of
Ruskin’s thought, namely by William Morris, John Hobson, and Richard Tawney.
The dissertation is presented in essay form. Each essay, conceived as a self-contained
unit, allowing for independent reading, is nevertheless part of a consistent whole.
The four essays cover Ruskin’s thought on the following topics: the nature and
significance of political economy; work and its rewards; the interrelated concepts of
value and wealth; and the limits and alternatives to the market system.