Título
Essays on the portuguese labour market: the effects of flexibility at the margin
Autor
Silva, Marta
Resumo
pt
Esta tese pretende estudar os efeitos da promoção da flexibilidade à margem, através da
facilitação do uso dos contratos a termo, no mercado de trabalho português. Para tal,
apresentam-se três ensaios onde se analisam empiricamente os efeitos de uma alteração
de legislação que ocorreu em 2004 e que aumentou a duração legal máxima dos
contratos a termo certo de três para seis anos. Dada a elevada segmentação do mercado
de trabalho e a representatividade dos contratos a termo, considera-se que estes estudos
podem contribuir para a definição de políticas públicas no futuro. A análise empírica é
realizada utilizando a base de dados Quadros de Pessoal para o período compreendido
entre 2002 e 2011.
Os resultados dos três ensaios sugerem que os contratos a termo podem
desemprenhar papéis diferentes no mercado de trabalho, como processos de seleção e de
ajustamentos quantitativos, e que isso deve ser tido em consideração quando se
analisam os efeitos de reformas assimétricas da protecção ao emprego. Após controlar
por diversas variáveis micro e macro, encontra-se evidência de que a possibilidade de
utilizar o contrato a termo por um maior período de tempo teve efeitos negativos na
probabilidade de conversão do contrato e contribuiu para aumentar a desigualdade
salarial entre trabalhadores com contratos sem termo ou contratos convertidos em sem
termo e trabalhadores que não obtiveram uma relação de emprego mais estável. Para
além disso, mostra-se que esta alteração de legislação não se traduziu num aumento do
crescimento do emprego e que teve inclusivamente um efeito negativo na criação de
emprego com contratos a termo, devido principalmente ao efeito da não conversão dos
contratos.
Esta tese sugere que se deve combater a segmentação do mercado de trabalho
português e promover medidas para estimular a conversão dos contratos a termo em
contratos sem termo.
en
This thesis aims to study the effects of the promotion of flexibility at the margin in the
Portuguese labour market through the facilitation of the use of fixed-term contracts. We
present three empirical essays that assess the effects of the 2004 change in legislation
that extended the maximum legal duration of fixed-term contracts from three to six
years. Given the high labour market segmentation and representativeness of fixed-term
contracts in the Portuguese labour market, we consider that these studies may contribute
to the design of future public policies. The empirical analysis is conducted using the
linked employer-employee database Quadros de Pessoal for the period between 2002
and 2011.
The results of the three essays suggest that fixed-term contracts may play
different roles in the labour market, namely as screening devices and quantitative
adjustment tools, and that this fact should be taken into account when the effects of
asymmetric employment protection reforms are analysed. After controlling for several
micro and macro variables, we find evidence that the extension of the fixed-term
contract for a longer period had negative effects on the probability of conversion of the
contract and contributed to increase the wage inequality between workers on permanent
or converted fixed-term contracts and those that did not obtain a more stable
employment relationship. Besides, we find evidence that this change in legislation did
not contribute to increase employment growth and decrease the rate of creation of fixedterm
jobs, especially due to the effects of the proportion of non-converted fixed-term
contracts.
This research suggests that labour market segmentation should be tackled and
policy makers should promote measures aiming to stimulate the conversion of fixedterm
into open-ended contracts.