Título
Determinantes das políticas de remuneração nas empresas portuguesas
Autor
Duarte, Carlos Manuel Coelho
Resumo
pt
Este trabalho analisa os factores determinantes do pagamento de remuneração variável aos
colaboradores das empresas portuguesas, através de uma amostra que se mostrou representativa
da realidade empresarial portuguesa, relativa aos anos de 2002 e 2003, abrangendo cerca de
28.600 colaboradores. O estudo faz a distinção sob duas vertentes: a decisão de pagar ou não
remuneração variável, e o montante da remuneração variável. O trabalho baseia-se na teoria da
agência e na teoria do mercado interno de trabalho. Os resultados apurados confirmam que estas
duas realidades se suportam em distintos modelos. As hipóteses em estudo são testadas
recorrendo a diferentes modelos com variável dependente discreta ou, apesar de contínua,
limitada no seu domínio, com vista a identificar o conjunto de características das empresas e dos
colaboradores que explicam o montante e a probabilidade de auferir remuneração variável e
quais os determinantes das diversas forma de remuneração e as possíveis interacções entre elas.
Os resultados mostram que o potencial de promoção e carreira constitui uma alternativa à
utilização de remuneração variável e que a remuneração variável é mais utilizada para os níveis
hierárquicos mais elevados, na área comercial, em empresas de menor dimensão, em filiais de
empresas estrangeiras (embora com montantes mais reduzidos) e para colaboradores com níveis
de educação mais elevados. Os resultados relativos à rendibilidade revelam uma relação positiva
com a probabilidade de existência de remuneração variável, mas apenas quando medida pela
realidade contabilística. No entanto os montantes de remuneração variável são mais elevados nas
empresas com menor rendibilidade.
en
This study analyses remuneration polices in Portugal, explaining the determinants of the
existence of bonus payments to the employees of Portuguese firms, through a large sample of
data, which we prove to be representative of Portuguese reality, for the 2002 and 2003
economic years, covering 28.608 employees. The study will make a distinction between the
decisions whether or not to pay variable remuneration and its size. This study is based on
agency theory as well as internal-labour-markets theories. Our findings confirm that pay
decisions are determined by different factors. The hypotheses under study are tested using a
series of models with discrete independent variable or, even continuous, limited in its domain,
in order to identify the group of characteristics of the firms and of the collaborators, which
explain the amount and the probability of receiving variable remuneration and the different
determinants for the various types of compensation as well as their possible interactions. The
results show that the potential for promotion and career is an alternative used for variable
remuneration and, variable remuneration is more common in higher functional levels, in
commercial area, in small firms, in affiliates of foreign firms (but with lower values) and
within collaborators with high level of education. In what concerns profitability, the results
show a positive relation to the probability of variable remuneration, but only based in
accounting indicator. However, the amounts of variable remuneration are higher in firms
posting negative results.