Teses e dissertações

Doutoramento
Sociologia
Título

A saúde das mulheres imigrantes: Uma questão de cidadania e inclusão

Autor
Ortiz Scaglione, Maria Alejandra
Resumo
pt
Esta investigação tem como objectivo compreender o acesso aos cuidados de saúde materna e infantil das mulheres imigrantes em Portugal. Partimos da evidência de que as mulheres imigrantes enfrentam maiores dificuldades no acesso à saúde, agravadas durante a gravidez e maternidade e focamos a análise nos determinantes sociais da saúde e da imigração como geradores dessas desigualdades. Trata-se de uma investigação de carácter qualitativo que utiliza técnicas documentais, observações e entrevistas com mulheres, profissionais de saúde e outros agentes sociais. Conclui-se que existem importantes barreiras ao acesso relacionadas com aspectos institucionais, socioeconómicos, culturais e de funcionamento dos serviços de saúde. Relativamente às barreiras culturais, as mesmas são agravadas pelas representações sociais que se reflectem nos cuidados de saúde prestados pelos profissionais de saúde. Outras situações específicas também identificadas, como a solidão e a violência, também afectam o acesso no caso de mulheres mais jovens. No caso das estratégias desenvolvidas pelos profissionais para superar as barreiras e facilitar o acesso são na sua maioria sujeitas a vontades e esforços pessoais./ dependem na sua maioria da vontade e esforços pessoais. Os resultados da investigação mostram a diferença entre a lei e a prática, diferença esta agravada pela crise económica e as restrições no sector da saúde, que ameaçam/ conduzem a um retrocesso na inclusão social dos imigrantes em Portugal. O compromisso da saúde pública com base numa maior cidadania, competência cultural e literacia de saúde contribuem para a redução das desigualdades no acesso à saúde das mulheres imigrantes e para a sua efectiva inclusão na sociedade portuguesa.
en
The overall aim of this research is to understand the access to maternal and child healthcare of immigrant women in Portugal. We start from the evidence that immigrant women face greater difficulties in accessing health, aggravated during pregnancy and motherhood and from the evidence that consider the social determinants of health and immigration as important factors of these inequalities. It is a qualitative research that uses documentary techniques, observations and interviews with women, health professionals and other social agents. We conclude that there are significant barriers to access to health related institutional, socioeconomic, functional and cultural aspects, the latter being aggravated by the social representations that are reflected in health care. We also identified specific situations of loneliness and violence also affect access in the case of younger women. Some strategies carried out by professionals were also identified to overcome barriers and facilitate access, but these are mostly subject to wills and personal efforts, the creation of an institutional framework that guarantees remain indispensable. Evidence of this research shows the gap between law and practice, exacerbated by the economic crisis and restrictions in the health sector that threaten a retreat on social inclusion in Portugal. The commitment to a public health based on greater cultural competence and greater health literacy, contribute to reducing inequalities in access of immigrant women.

Data

11-jan-2017

Palavras-chave

Mulher migrante
Cuidados de saúde -- Health care
Desigualdade social -- Social inequality
Imigração -- immigration
Inclusão social -- Social integration
Cidadania europeia -- European citizenship

Acesso

Acesso livre

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