Título
Empreendedorismo e crescimento económico: evidências para Portugal
Autor
Moura, Daniela Pacheco
Resumo
pt
A tese acompanha a tendência da última década do século XX no interesse pelo
empreendedorismo, que vai para além da academia e é tema dos círculos políticos e do
público em geral, como resultado das preocupações com o crescimento económico nas
economias avançadas. Portugal, situa-se na lista destas economias e, apresenta a taxa de
empreendedorismo mais elevada da União Europeia, UE-15, em 2007, a exemplo do já
verificado em 2001. No entanto, ao longo de seis anos a taxa de crescimento económico
nacional não regista progressos. Esta realidade é o argumento para se avaliar o que correu
bem nas condições que impulsionaram o empreendedorismo português, mas também o que
poderia ter sido transmitido ao crescimento económico e não o foi. A investigação toma
como quadro conceptual uma abordagem em quatro fases para responder à questão
seguinte: “Que evidências para Portugal na relação entre empreendedorismo e crescimento
económico?”.
Para testar empiricamente o modelo utilizam-se dados secundários disponibilizados pelo
Global Entrepreneurship Monitor, GEM, e outras fontes internacionais. Perante a
complexidade do fenómeno em estudo recorre-se à análise estatística, que permite o
contraste empírico de cinco grupo de fatores com vinte e quatro variáveis entre Portugal,
países de rendimento elevado e de rendimento médio.
Os resultados obtidos mostram que a taxa de empreendedorismo de um país depende do
nível de rendimento económico nacional, que no entanto só permite explicar uma fração
daquela. São os fatores de empreendedorismo que ajudam a explicar a remanescente
parcela de empreendedorismo pela respetiva influência que exercem na capacidade de um
país/região criar novas empresas e negócios nascentes.
Para Portugal, a análise evidencia a existência de um conjunto de fatores que criam rigidez
no mecanismo de transmissão do empreendedorismo para o crescimento económico,
nomeadamente a cultura, associada aos baixos níveis de tolerância ao risco, de
responsabilidade individual, de criatividade e inovação e de promoção pelos media.
Adicionalmente, a eficácia dos programas de governo e a baixa produtividade nos três
setores de atividade são também fatores relevantes a considerar.
en
This thesis follows the trend of the last decade of the twentieth century, the interest being
in entrepreneurship that goes beyond the academy and which is the subject in political
circles and the general public as a result of the concerns about economic growth in
advanced economies. Portugal is in the list of these economies and has the highest rate of
entrepreneurship European Union, EU-15, in 2007 such as in 2001 already, although the
rate of national economic growth has not progressed over the last six years. This reality is
the argument that tries to assess what went well in the conditions that drove the Portuguese
entrepreneurship, but also what could have been transmitted to the economic growth and
was not. This research takes as its conceptual framework a four-step approach to answer
the following question: "What is the evidence for Portugal in the relationship between
entrepreneurship and economic growth?"
To empirically test the model secondary data provided by the Global Entrepreneurship
Monitor (GEM) and other international sources are used. Given the complexity of the
phenomenon under study, we resort to statistical methods, which allows the empirical
contrast between five-factor groups with twenty-four variables between Portugal, highincome
countries and middle income ones.
The results show that the rate of entrepreneurship of a country depends on the level of
national economic income, which only allows to the explanation a fraction of the rate.
Entrepreneurship factors are the ones that help explain the remaining portion of
entrepreneurship by the respective influence they have on the ability of a country / region
to create start-ups and nascent businesses.
The analysis, based on the statement in the Portuguese economy, that high rates of
entrepreneurship do not lead to a process of economic growth, suggest the existence of a
set of factors that create rigidity in the transmission mechanism of entrepreneurship to
economic growth, especially culture, associated to low levels of risk tolerance, individual
responsibility, creativity and innovation and promotion by the media. The effectiveness of
government programmes, in addition to low productivity in all three sectors of activity
compared to the EU-15, the group Portugal wants to keep up with.