Este estudo analisa o realojamento do Bairro Chinês em Marvila, uma intervenção da PRODAC (Associação de Produtividade na Autoconstrução), no início da década de 1970. Foi uma operação urbana de grandes dimensões, apostando na Participação dos moradores e na utilização da Autoconstrução. No Capítulo 1, é feito um resumo histórico da prática da Autoconstrução ocorrida em diversas regiões do globo, com ênfase em épocas de crise ou de reconstrução. São apresentadas algumas teorias relevantes sobre Autoconstrução, defendidas nas décadas de 1970-80. É igualmente abordado o tema da Participação dos moradores, relativamente a programas habitacionais e a práticas diversificadas de Arquitectura. No Capítulo 2, são referidos os realojamentos realizados a partir dos anos 1940, nos Bairros Sociais Provisórios, construídos em Lisboa. São referidas, também, algumas das práticas de Autoconstrução realizadas em Portugal, nas décadas de 1950-60, pelo Património dos Pobres e pela MONAC, ambas organizações católicas. No Capítulo 3, é abordada, em múltiplas vertentes, a intervenção da PRODAC no realojamento do Bairro Chinês, em Marvila, entre 1970 e 1974. O tema da Participação dos moradores e da Autoconstrução é central neste realojamento, sendo descriminados os fatores históricos mais relevantes, as opções tecnológicas, o modelo de gestão da PRODAC e as parcerias estabelecidas com diversas entidades. Assim, o nosso objecto de estudo é procurar entender como se insere a Arquitetura nesta intervenção de habitação social em Lisboa, na perspectiva da Autoconstrução participada.

This study analyses the rehousing of the Bairro Chinês squatter in Marvila, an intervention of the PRODAC Movement (Associação de Produtividade na Autoconstrução) in the early seventies. It was an important urban intervention based on the resident’s participation and self-help construction. In Chapter 1, we include a historic resume of self-help construction in different regions of the Globe, with an emphasis on periods of crisis or reconstruction. We present some relevant theories about self-help construction, defined in the seventies and the eighties. We also examine the concept of participation of the residents, in relation to relocation programs and diversified practices in Architecture. In Chapter 2, we mention the relocation projects implemented since the forties in Temporary Social Housing in Lisbon. We also mention some Self-Help practices in Portugal in the fifties and the sixties, the Património dos Pobres and MONAC, both catholic movements. In Chapter 3, we develop several approaches to the intervention of PRODAC in the relocation of the Bairro Chinês squatter in Marvila, between 1970 and 1974. The topic of the Participation and Self-Help is essential in this relocation, in which we highlight the most relevant historical facts, the technological choices, the management model of PRODAC and the partnerships. Therefore, our study object is trying to understand where Architecture stands in this context of social housing intervention, in the Self-Help participation perspective.