Título
Stronger than atoms: implicit and explicit attitudes towards persons with impairments and disabilities in a group of professionals in the rehabilitation area
Autor
Oliveira, Ana Sofia Anselmo dos Santos Gonçalves de
Resumo
pt
Após várias décadas de investigação de atitudes fazendo sobretudo uso de métodos de autorelato, que revelaram atitudes explícitas mais positivas ao longo do tempo, pesquisas mais recentes
no domínio da cognição social implícita, revelaram consistentemente a existência de atitudes
implícitas negativas em relação a pessoas com deficiência e incapacidade, mesmo entre profissionais
que trabalham frequentemente com esta população, emprestando assim compreensibilidade aos
indicadores de exclusão social que, no entanto, continuaram acumular-se ao longo do tempo.
Essa inconsistência entre medidas explícitas e implícitas tem sido comummente interpretada
como sendo o resultado de processos duais de atitudes, compreendendo atitudes ambivalentes em
relação às pessoas com deficiência, ao mesmo tempo em que sugerem a manifestação de
"disablismo aversivo".
A literatura mostra que o contato direto com pessoas com deficiência é o correlato mais
importante das atitudes explícitas, contribuindo para a sua melhoria, especialmente sob as condições
ótimas definidas por Allport; entretanto, nem sempre este efeito se verifica. Além disso, o contato
direto com pessoas com deficiência não tem sido consistentemente avaliado teórica e
metodologicamente, especialmente no que se refere às atitudes implícitas, o que constitui uma
importante limitação.
Foi realizado um estudo correlacional com o objetivo de explorar as atitudes explícitas e
implícitas de um grupo de profissionais que trabalham diariamente com pessoas com deficiência em
relação a este grupo, bem como a relação entre estas atitudes e o contato direto, incluindo
indicadores de contato geral, bem como de quantidade e qualidade do contato com essa população.
Os resultados revelam que os profissionais da amostra detêm atitudes implícitas negativas em
relação a pessoas com deficiências e incapacidades, enquanto as suas atitudes explícitas são
positivas, as quais se encontram muito pouco correlacionadas, como é frequentemente observado na
literatura. As respetivas hipóteses foram por isso suportadas. No entanto, as relações entre as
medidas de atitudes e o contato não são apoiadas pela análise dos dados; especificamente, o contato
está apenas fraca e não significativamente associado com atitudes explícitas ou implícitas, colidindo
assim com o grande corpus da literatura que aponta para a importância do contato intergrupal na
redução do preconceito explícito.
Os resultados são discutidos de acordo com enquadramento teórico, incluindo ainda as
limitações do estudo, direções futuras e as suas implicações práticas.
en
After several decades of attitude investigation using self-report methods, pointing to more
positive explicit attitudes throughout time, more recent research in the implicit social cognition domain,
consistently revealed negative implicit attitudes regarding people with disabilities, even among
professionals working frequently with this population, and hence lending comprehensibility to the
indicators of social exclusion that, nevertheless, kept piling up.
This explicit-implicit inconsistency has been commonly interpreted both as resulting from dual
processes of attitudes, and as encompassing ambivalent attitudes towards people with disabilities,
while also suggesting a manifestation of “aversive disablism”.
Research shows that direct contact with people with disabilities is the most important correlate
of explicit attitudes, contributing to its enhancement, especially under the optimal conditions defined by
Allport; however, this is not always the case. Furthermore, direct contact with people with disabilities
has not been consistently evaluated both theoretically and methodologically, especially concerning
implicit attitudes, which constitutes an important literature caveat.
A correlational field study was conducted to explore the explicit and implicit attitudes of a group
of professionals working daily with people with disabilities towards this group, as well as the
relationship between these attitudes and direct contact, including general contact as well as perceived
amount and quality of contact with this population.
Results revealed negative implicit and positive explicit attitudes, which were also very weakly
correlated; the respective hypothesis were thus confirmed.
The predicted relationships between these attitude measures and contact variables were not
supported: contact was only weakly and not significantly associated with either attitude measures.
The results are discussed within the theoretical framework reviewed, including the limitations,
future directions and practical implications.