Título
Escola de Lisboa: arquitectura e cultura entre 1970 e 1986
Autor
Silva, Leonor Cabral Matos
Resumo
pt
Até 1986, o ensino superior público da arquitectura em Portugal estava
consignado a apenas duas escolas: a Escola Superior de Belas-Artes do
Porto e a sua congénere em Lisboa. Esta tese procura observar Escola de
Lisboa - designação aqui adoptada para a Secção de Arquitectura (1.º
Secção) da respectiva Escola Superior de Belas-Artes para o período em
questão. Nomeadamente tem-se em conta o tempo que se segue às
contestações estudantis e experiências pedagógicas do início dos anos 70
até à Revolução de 25 de Abril de 1974, momento em que a Escola se vê
forçada a encerrar, fazendo-se então nota das diversas tendências
políticas e seus projectos para a formação de um novo paradigma de
ensino. Verifica-se depois o que sucede após a sua reabertura, em 1976.
A Escola é inserida na Universidade Técnica como Faculdade de
Arquitectura, em 1979, um processo complexo, que implica a criação de
uma Comissão Instaladora. A partir daí, pode sedimentar uma ideia
didáctica que vinha ensaiando, acabando por aplicar o princípio da
especialização. Com a década de 80, a Escola ganha novo fôlego; são
inúmeras as ocorrências essencialmente de cariz cultural que esta
vivencia, nomeadamente conferências, encontros académicos e
manifestações artísticas. Em 1986, ao mesmo tempo que é anunciado um
primeiro curso universitário privado de arquitectura em Portugal
(Universidade Lusíada), todas as turmas de arquitectura da Escola
Superior de Belas-Artes integram a Faculdade de Arquitectura, e a 1ª
Secção extingue-se. Partindo de um legado de inequívoca singularidade,
a Escola de Lisboa assume então um novo ciclo.
en
Until 1986, Portuguese public higher education in architecture was
consigned to two schools: the Superior School of Fine Arts of Porto and
the Superior School of Fine Arts of Lisbon (‘Lisbon School’). This thesis
aims to examine the Lisbon School - a designation adopted for the First
Section of the Superior School of Fine Arts of Lisbon for purposes of this
thesis and the period under review. It takes into account the time
following the student protests and pedagogical experiences of the early
1970s to the Revolution of 25 April 1974, when the School was forced to
close. The thesis also notes the diverse political tendencies and their
projects for shaping a new teaching paradigm. It then verifies what
happened after the School’s reopening in 1976. The School became the
Faculty of Architecture within the Technical University in 1979, a
complex process that implied the creation of an Installing Committee.
Since then, the School could consolidate the didactical idea that it was
preparing and apply the principle of specialization. In the 1980s, the
School gained new life. There are countless instances of an essentially
cultural nature, such as conferences, academic gatherings and artistic
performances. In 1986, when the first private university course in
architecture was announced in Portugal (at Lusíada University), all of the
architecture classes of the Superior School of Fine Arts were under the
guise of the Faculty of Architecture, and the First Section was
extinguished. With its legacy for unequivocal singularity, the Lisbon
School took on a new cycle.