Título
A participação política das mulheres - em Moçambique e na Tanzânia: um estudo comparado
Autor
Vidal, Sara Jorge da Silva
Resumo
pt
Hoje, as mulheres podem participar na vida política formalmente, o que nem sempre foi
possível. A representação política das mulheres pode ser vista como um processo
contínuo de disputas, controvérsias e, nas últimas décadas, de alguns progressos em
termos de igualdade formal. Significa que, atualmente, a mulher possui o direito legal de
participar e representar as instâncias políticas. Com efeito, considera-se a igualdade
política formal como o primeiro passo para alcançar a representação e, portanto, a
igualdade da mulher.
Esta análise contribui com um panorama da presença legislativa feminina em dois países
africanos, Moçambique e Tanzânia. Nestes, observa-se que nas últimas duas décadas a
proporção de mulheres no Parlamento aumentou consideravelmente, assim como no
continente em geral. Deve-se, por um lado, a fatores institucionais como a
democratização, as quotas de género e os sistemas eleitorais. Por outro, os novos
movimentos de mulheres, regionais e internacionais, que ressurgem no inicio da década
de 90, marcaram o debate da Conferência sobre as Mulheres em Beijing. As demandas
eminentemente políticas demonstraram a importância do equilíbrio-género nas
instituições sociais e políticas.
Este estudo vê a representação das mulheres como crucial em termos de justiça e
igualdade política e em termos da incorporação de novos problemas, questões e
perspetivas das mulheres, fundamentais para qualquer sistema político. O objetivo é ir
além dos números, explorando os fatores que contribuem para os elevados níveis de
feminização da política em África.
en
Today, women can formally participate in political life, but it was not always possible.
The political representation of women can be seen as an ongoing process of disputes,
controversies and, in recent decades, progress in terms of formal equality. It means that
women currently have the legal right to participate and represent political bodies. Indeed,
formal political equality is seen as the first step towards achieving representation, and
hence equality of women.
This analysis attempts to contribute to an overview of female legislative presence in two
African countries, Mozambique and Tanzania. Over the past two decades, the proportion
of women in Parliament has increased considerably, not only in these two countries, but
also on the continent in general. It arises, on the one hand, from institutional factors such
as democratization, gender quotas and electoral systems. On the other hand, from the new
regional and international women's movements, which reemerge in the early 1990s,
marked the debate at the Beijing Conference on Women. The eminently political demands
have demonstrated the importance of gender balance in social and political institutions.
This study sees the representation of women as crucial in terms of justice and political
equality and in terms of incorporating new problems, issues and perspectives of women,
which are fundamental to any political system. The goal is to go beyond the numbers by
exploring the factors that contribute to the high levels of feminization of politics in Africa.