Título
Ciberfeminismo em 140 caracteres: o caso da #EuParo no twitter
Autor
Mousinho, Fabíola Cunha
Resumo
pt
O desenvolvimento da internet, dos sites de redes sociais e das suas ferramentas transformou as
dinâmicas de interação entre os indivíduos, sendo estas mudanças também perceptíveis em várias outras
esferas. Não estando imune às relações de poder e contrapoder, o espaço digital configura-se como mais
um local de disputa e, com base nessa premissa, os movimentos sociais reconfiguram os seus repertórios
de ação.
Acompanhando as transições na sociedade, os velhos, os novos e os novíssimos movimentos sociais têm
as suas estruturas e dinâmicas adaptadas e vê-se o fortalecimento do ativismo digital como uma
alternativa de atuação política. Neste aspecto, o movimento feminista e, em especial, o ciberfeminismo
social apresenta-se como um exemplo marcante do uso das redes sociais online como meio de
informação e mobilização. Através de mecanismos mais criativos, como blogs, vídeos, protestos virtuais
com o uso da "hashtag", os coletivos feministas aproveitam-se da autonomia comunicativa para propagar
as suas reivindicações.
Com o objetivo de compreender como as narrativas coletivas são estabelecidas no site de rede social
Twitter investigou-se a rede de conversação em torno da partilha da "hashtag" EuParo e da Greve
Internacional de Mulheres, ocorrida no dia 08 de março de 2017. Para isso, fez-se uma recolha de 4078
tweets no dia 08 de março através da ferramenta Twitonomy que permitiu a identificação das vozes
dominantes, dos pontos principais de preocupação, do posicionamento e comprometimento das
participantes e também o alinhamento entre a #EuParo e outras temáticas, além do reconhecimento das
estratégias e os principais conteúdos que circularam neste protesto.
en
The development of the internet, social networking sites and their tools has transformed the dynamics
of interaction between individuals and these changes are also noticeable in several other spheres. Not
being immune to relations of power and counterpower, the digital space configures itself as another area
of dispute and, based on this premise, social movements reconfigure their repertoires of action.
Accompanying the transitions in society, the old, the new and the ‘new new’ social movements have
their structures and dynamics adapted and the strengthening of digital activism is seen as an alternative
of political action. In this respect, the feminist movement and the social cyberfeminism is a striking
example of the use of online social networks as a means of information and mobilization. Through more
creative mechanisms such as blogs, videos, virtual protests with the use of hashtag, feminist collectives
take advantage of communicative autonomy to propagate their claims.
In order to understand how the collective narratives are established in Twitter, the conversation network
established around the sharing of the hashtag EuParo and the International Strike of Women, which
occurred on March 8 / 2017, was analyzed. Therefore, a total of 4078 tweets were collected on March
8th through the Twitonomy tool which enabled the identification of the dominant voices, the main points
of concern, the positioning and commitment of the participants and also in the alignment between
#EuParo and others, as well as recognizing how the strategy and main contents circulated in this protest.