Título
Processos educativos em famílias com filhos biológicos e adotados
Autor
Pinto, Helena Cristina Tavares
Resumo
pt
O objeto desta dissertação são as estratégias educativas implementadas pelas famílias que
têm, simultaneamente, filhos biológicos e adotados. Procurou-se comparar a educação dada
pelas famílias aos diferentes filhos, identificando eventuais semelhanças e diferenças. Será que a
educação do filho adotado varia em relação ao biológico? Será que a educação dos filhos varia
segundo a idade do filho adotado e da idade do biológico? Como se relacionam os irmãos
dentro deste tipo de famílias? Os filhos adotados são mais problemáticos que os filhos
biológicos?
Para o efeito, foram realizadas entrevistadas a mães de famílias com este perfil nas quais se
pretendeu reconstruir o processo educativo no seio das mesmas. Estas famílias têm elevadas
habilitações académicas, os filhos biológicos são mais velhos que os filhos adotados, tendo um
máximo de 3 filhos. Os filhos adotados tinham idades entre 1 e 10 anos no momento da adoção.
Quando confrontadas diretamente com a questão, as mães, afirmaram não existir uma
diferença na educação do filho adotado, pelo facto de ser adotado, mas por ser uma crinaça
distinta. No entanto, ao longo do discurso fazem referência, no caso das adoções mais tardias, a
tendência para serem mais benevolentes com os mesmos, em comparação com os filhos
biológicos, por causa do passado, supostamente, traumático das crianças adotadas (apesar desta
asserção nem sempre ser consensual entre o casal). Chegamos ainda a conclusão que os irmãos
relacionam se de igual forma como qualquer conjunto de irmãos biológicos. E ainda podemos
concluir que os filhos adotados não são crianças problemáticas, no geral, são crianças como
qualquer outra, mas com a história de vida diferente.
en
The purpose of this dissertation is the educational strategies implemented by the families
that simultaneously have biological and adopted children. We attempted to compare the
education given by the families to the different children, identifying possible similarities and
differences. Does the education of the adopted child vary in relation to the biological? Does the
education of the children vary according to the age of the adopted child and the age of the
biological? How do siblings relate to this type of family? Are adopted children more
troublesome than their biological children?
For this purpose, mothers of families with this profile were interviewed, in which it was
intended to reconstruct the educational process within them. These families have high academic
qualifications, the biological children are older than the adopted children, having a maximum of
3 children. Adopted children were between 1 and 10 years old at the time of adoption.
When confronted directly with the question, the mothers affirmed that there is no
difference in the education of the adopted child, because it is adopted, but because it is a
different child. However, throughout the discourse they refer, in the case of later adoptions, to
tending to be more benevolent with them, compared to their biological children, because of the
supposedly traumatic past of adopted children (despite this assertion always be consensual
between the couple). We also conclude that the siblings relate in the same way as any set of
biological siblings. And we can still conclude that the adopted children are not problematic
children, in general, they are children like any other, but with different life history.