Título
Job quality by educational level: similarities and differences
Autor
Pires, Inês Marques
Resumo
pt
O objetivo deste estudo é examinar como varia a qualidade do emprego em Portugal
consoante o nível educacional. A análise da qualidade do emprego por nível educacional
é pouco explorada na literatura, uma vez que se foca principalmente nos salários. Este
estudo contribui para preencher essa lacuna e fornecer uma análise mais ampla sobre
diversas dimensões da qualidade do emprego. A análise empírica baseia-se nos dados de
2015 do EU-LFS e numa extensa análise descritiva das variáveis da qualidade do
emprego, por nível educacional, controlando género e idade. Os resultados sugerem que
o nível de educação mais elevado origina variações positivas na qualidade do emprego,
particularmente nas condições de trabalho. As mulheres e os trabalhadores mais jovens
têm empregos de qualidade inferior, uma vez que apresentam situações mais precárias e,
embora melhore quanto maior o nível educacional, as variações causadas pela educação
não são suficientes para eliminar essas desigualdades. Verificou-se que os funcionários
com maior nível educacional têm menor satisfação no trabalho. No geral, o investimento
na educação acarreta benefícios para o trabalhador, especialmente a longo prazo,
relacionado com uma maior experiência dos trabalhadores. Sendo um estudo descritivo,
não permite correlacionar variáveis ou concluir sobre causa e efeito, sendo principalmente
baseado em pressupostos que podem introduzir tendências na interpretação. Num
contexto de flexibilidade do mercado de trabalho e crescente precariedade, a educação é
vital tanto para o indivíduo quanto para a sociedade e, portanto, este estudo tenta
consciencializar sobre sua importância e a sua associação com a qualidade do emprego.
en
The purpose of this study is to examine how job quality varies across educational level in
Portugal. The analysis of job quality by educational level is quite unexplored in the
literature, as it focuses mainly on wages. This study contributes to fill this gap and provide
a broader analysis on several dimensions of job quality. The empirical analysis draws on
2015 EU-LFS data and an extensive descriptive analysis of job quality variables by level
of education, controlling gender and age. Findings suggest that higher educational level
originates positive variations on job quality, particularly on working conditions. Female
and young employees have lower quality jobs as they are more often in precarious
situations, and although it improves for higher educated, the variations caused by
educational level is not enough to eliminate these inequalities. Higher educated
employees were found to have lower job satisfaction. Overall the investment in higher
education has benefits for the worker, particularly in the long term, related to higher
experience of employees. Being a descriptive study, it does not allow to correlate variable
or conclude regarding cause and effect, being mostly based on assumption which may
introduce bias in the interpretation. In a context of labour market flexibility and growing
precariousness, education is vital both for the individual and for the society, and therefore
this study attempts to raise awareness of its importance and its association to job quality.