Teses e dissertações

Mestrado
Ciência Política
Título

A relação entre intolerância à ambiguidade e conservadorismo político: abordagem multi-métodos com jovens e adultos portugueses

Autor
Cruz, Paulo Gil da Silva
Resumo
pt
No passado, vários estudos procuraram estabelecer uma relação entre variáveis de personalidade e a posição ideológica dos indivíduos, um componente importante do modelo de escolha de voto, com extensos resultados. No entanto, pouca atenção tem sido dada à possibilidade de existirem variáveis situacionais que possam moderar ou sobrepujar tais relações. Esta dissertação apresenta dois estudos que procuram não só replicar a relação estabelecida na literatura como testar a resiliência dessa relação face a uma variável externa ao indivíduo. No estudo 1, foi usada e validada uma nova escala de conservadorismo político adaptada à realidade atual e com base num conceito bipartido de conservadorismo como resistência à mudança do status quo (conservadorismo situacional) e como uma ideologia autónoma com o seu próprio conjunto de valores (conservadorismo autónomo). Utilizando este instrumento, foi possível replicar a relação entre intolerância à ambiguidade e o conservadorismo político. No estudo 2, adotou-se o método do questionário experimental para analisar o impacto de três diferentes estímulos (político, apolítico e neutro), sob a forma de notícias postadas nas redes sociais, na correlação entre intolerância à ambiguidade e conservadorismo político para uma amostra de 119 indivíduos adultos. Somente entre os indivíduos expostos ao estímulo neutro se observou uma relação entre a intolerância à ambiguidade e o conservadorismo situacional, tendo os indivíduos altamente intolerantes demonstrado mais conservadorismo situacional quando expostos a estímulos neutros que quando em contacto com estímulos de natureza não política percecionados como uma grande mudança de carácter negativo.
en
In the past, several studies have strived to establish a relation between personality variables and the ideological positions of subjects, an important component of the vote choice model, with extensive results. However, little attention has been given to the possibility that situational variables may moderate or subjugate those relations. The two studies in this dissertation do not only replicate the relationship between intolerance of ambiguity and conservatism but also test the resilience of that relationship in the presence of an external variable. In study 1, a new political conservatism scale adapted to the Portuguese context was used and validated. This new scale uses a twin concept of conservatism as both a resistance to changes on the status quo (situational conservatism) and an autonomous ideology with its own value set (autonomous conservatism). While using this instrument, it was possible to replicate the relationship between intolerance of ambiguity and political conservatism. Study 2 used an experimental survey design to analyze the impact of three different stimuli (political, apolitical, and neutral), in the shape of news articles posted to social networks, on the relationship between intolerance of ambiguity and political conservatism for a sample of 199 Portuguese adult subjects. The relationship between intolerance of ambiguity and situational conservatism was only replicated in subjects exposed to the neutral stimulus. Moreover, individuals with high intolerance of ambiguity and exposed to an apolitical stimulus, perceived as a large and negative change, were significantly more conservative when compared to those exposed to the neutral stimulus.

Data

20-mai-2019

Palavras-chave

Portugal
Information
Personalidade
Ciência política
Ideologia política
Conservatism
Estudo eleitoral
Intolerance of ambiguity
Mixed-methods approach

Acesso

Acesso livre

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