Título
Assédio moral no trabalho: o caso do contexto hospitalar
Autor
Nunes, Sérgio Fernando Henriques
Resumo
pt
O assédio moral no trabalho assume cada vez mais destaque no contexto organizacional. Os atuais modelos de gestão, conduzem à emergência de novos riscos psicossociais. O contexto hospitalar é caraterizado por se tratar de um ambiente organizacional onde ocorrem com maior expressão, condutas de assédio moral perante os profissionais de enfermagem. A nível conceptual, o assédio moral carateriza-se por condutas dissimuladas, abusivas (gestos, palavras, comportamentos ou atitudes), de forma continuada no tempo, diligenciada por um superior hierárquico ou colega de trabalho, contra outros trabalhadores. Este tipo de comportamentos remete o fenómeno para algo sombrio, pouco claro e de difícil prova. O presente estudo tem o objetivo de conhecer a intensidade, duração, frequência e consequências na saúde, resultantes dos comportamentos de assédio moral no contexto hospitalar, em particular nos profissionais de enfermagem. A investigação empírica assentou numa metodologia qualitativa, através da realização de um conjunto de entrevistas a diversos intervenientes no processo de assédio moral no trabalho. Os resultados da investigação permitiram conhecer a existência de comportamentos de assédio moral nos profissionais de enfermagem. O agressor evidencia uma comunicação hostil e utiliza estratégias de desacreditar e humilhar a vítima. O estudo empírico possibilitou aferir que as atitudes de assédio moral duraram por um período de um a três anos e resultaram num dos casos identificados, em três baixas médicas e necessidade de medicação. Concluímos, que os comportamentos de assédio moral, obstaculizam a vida social, familiar e profissional dos enfermeiros.
en
Moral harassment in the workplace is increasingly gaining emphasis in the organisational context. Current management models lead to the emergence of new psychosocial risks. The hospital context, notably, is identified as an organisational environment where mobbing, especially towards nursing professionals, is very present. Conceptually, mobbing is defined as abusive and covert demeanours (such as gestures, words, behaviours or attitudes) carried out by a hierarchical superior or a colleague against other workers over a period of time. This type of behaviour is often surreptitious, which makes mobbing difficult to corroborate. The purpose of this study is to analyse the intensity, duration and frequency of mobbing as well as its consequences in the health of nursing professionals exposed to it in a hospital context. The empirical investigation was based on a qualitative research method, namely through a series of interviews with various participants in the process of moral harassment in the workplace. The results of this investigation revealed the existence of mobbing amongst nursing professionals. The aggressor uses a hostile means of communication and employs strategies to discredit and humiliate his victim. According to this study, these moral harassment cases lasted for a period from one to three years, and, in one of the cases subject to analysis, resulted in three medical leaves and need for medication. In conclusion, mobbing, or moral harassment in the workplace, represents an obstacle in the social, family, and professional life of nurses.