Título
Burnout, qualidade de vida e satisfação com o trabalho no cuidador formal: um estudo exploratório sobre fatores individuais e contextuais
Autor
Carvalho, Bruna Luiza Pinheiro de
Resumo
pt
Os cuidadores formais têm sido altamentes requisitados no âmbito do apoio e da
assistência às pessoas idosa, na sequência de uma preocupação cada vez maior na prestação de
cuidados a esta população. Estudos anteriores revelaram que as características do trabalho têm
impacto na saúde e bem-estar destes profissionais. No entanto há escassez de investigação sobre
fatores protetores individuais e contextuais associados a níveis maiores de qualidade de vida e
de satisfação com o trabalho, assim como a menores níveis de "burnout" nos cuidadores formais.
Participaram 50 cuidadores formais portugueses, sendo 86% mulheres (n = 43). O
protocolo de recolha de dados incluía medidas de Autocuidado; Empatia; Crença no Mundo
Justo (CMJ) Pessoal; Religiosidade; Suporte e Identificação Organizacional; "Burnout";
Satisfação com o Trabalho; e Qualidade de vida.
Verificaram-se níveis moderadamente altos de "burnout" e de satisfação com o trabalho,
e um nível moderado de qualidade de vida. Ainda, os que possuem níveis satisfatórios de
autocuidado demonstram maior qualidade de vida e menor "burnout"; os com maior CMJ Pessoal
apontam menor exaustão, maior satisfação com o trabalho e qualidade de vida; os mais
religiosos apresentam menor desinvestimento. Por fim, os mais identificados com a organização
exibem menor "burnout" e os que mais percebem suporte organizacional indicam maior satisfação
com o trabalho e qualidade de vida. Este estudo contribui com informação sobre a qualidade de
vida, satisfação com o trabalho e "burnout" dos cuidadores formais bem como aponta fatores
protetores que poderão ser incluídos na reflexão e intervenção futura com o objetivo de
melhorar o bem-estar destes profissionais
en
Formal caregivers have been highly requested in the scope of support and assistance to
the elderly, as a consequence of an increasing concern in providing care to this population.
Previous studies have revealed that job characteristics have an impact on health and well-being
of these professionals. However, there is a lack of research on individual and contextual
protective factors associated with higher levels of quality of life, job satisfaction and a lower
level of burnout in formal caregivers.
Fifty Portuguese formal caregivers participated, 86% of whom were women (n = 43).
The data collection protocol included measures on: Self-care; Empathy; Belief in a Just World
(BJW) Personal; Religiosity; Organizational Support and Identification; Burnout; Job
satisfaction; and Quality of life.
There were moderately high levels of burnout, job satisfaction and a moderate level of
quality of life. Still, those who have satisfactory levels of self-care demonstrated greater quality
of life and less burnout; those with the highest Personal BJW indicated less exhaustion, greater
job satisfaction and quality of life; the more religious participants reported less divestment.
Finally, those most identified with the organization exhibit less burnout and those who perceive
more organizational support indicated greater satisfaction with work and quality of life. This
study contributes with information about the quality of life, job satisfaction and burnout of
formal caregivers, as well as pointing out protective factors that may be included in the
reflection and future intervention with the aim of improving the well-being of these
professionals.