Título
Financialization and peripheral debt: External vulnerabilities and regulatory change in emerging sovereign bond markets in Central and Eastern Europe (2004-2022)
Autor
Ștefanschi, Valentina
Resumo
pt
Esta dissertação aborda o tema pouco teorizado da financeirização da gestão da dívida soberana na
semiperiferia. Grande parte da literatura aponta para constrangimentos específicos enfrentados pelos
soberanos dos mercados emergentes na gestão fiscal e monetária, em resultado das suas necessidades
de financiamento serem (parcialmente) satisfeitas através da atração de investidores estrangeiros para
os mercados obrigacionistas locais. Exemplos de intervenções regulamentares na estrutura e
composição da dívida soberana na Europa Central e de Leste (ECL) ilustram, no entanto, a capacidade
dos Estados semiperiféricos para responderem a constrangimentos externos e moldarem as trajetórias
de financeirização a nível interno. Com base em abordagens heterodoxas e regulacionistas, esta
dissertação explora a adoção de reformas de gestão da dívida financeirizada e a subsequente regulação
de fontes de vulnerabilidade externa, materializadas nos mercados obrigacionistas como assimetrias de
divisas e financiamento transfronteiriço volátil. Centrando-se nos quatro mercados emergentes da União
Europeia (com política monetária autónoma) na ECL, nomeadamente a Hungria, a Polónia, a Roménia
e a Bulgária, esta dissertação propõe-se explicar a viragem financeira nacionalista na gestão da dívida
soberana (sendo fornecida uma comparação sistematizada de regulação e políticas) através de uma
análise dos seus facilitadores nacionais (plataformas políticas, as suas bases sociais, e as respostas aos
constrangimentos internacionais). Os resultados mostram que no caso dos países da ECL, as reformas
que reduzem a dependência dos soberanos em relação aos atores estrangeiros foram bem-sucedidas
quando as instituições políticas, sociais e internacionais favoreceram/ou não impediram a mudança
regulamentar. Quando estas condições não foram satisfeitas, a reforma assumiu formas moderadas, foi
invertida, ou não ocorreu.
en
This dissertation addresses the under-theorized and under-researched topic of financialization of
sovereign debt management in the semi-periphery. Much of the literature points to specific policy
constraints faced by emerging market sovereigns in fiscal and monetary management, resulting from
their financing needs being (partially) met by attracting foreign investors to local bond markets. Recent
examples of regulatory interventions in the structure and composition of sovereign debt in Central and
Eastern Europe (CEE), however, illustrate the agency of semi-peripheral states in responding to external
constraints and shaping trajectories of financialization at home. Building on heterodox and regulationist
approaches, this dissertation explores the adoption of financialized debt management reforms and the
subsequent regulation of sources of external vulnerability, materialized in the bond markets as currency
mismatches and volatile cross-border finance. Focusing on the four European Union emerging markets
(with monetary autonomy) in the CEE, namely Hungary, Poland, Romania and Bulgaria, this
dissertation proposes to explain the financial nationalist turn in the management of sovereign debt (for
which a systematized comparison of policy and regulations is provided) through an analysis of its
national enablers (political platforms arguing for reform, their social bases and responses to
international institutional constraints). The findings show that in the case of CEE countries, reforms
reducing the sovereign dependency on foreign actors were successful when political, social and
(international) institutions favored (or did not deter) regulatory change. When these conditions were not
met, regulatory reform either took moderate forms, was reversed or did not occur altogether.