Os principais responsáveis pela política monetária da Zona Euro não estão em consonância em relação àquela que deverá ser a política ideal a adotar para garantir a estabilidade de preços. Esta diferença de opiniões originou a criação de dois grandes grupos, denominados "doves" e "hawks". Estas duas personalidades monetárias representam o objeto da presente dissertação, na qual se analisam detalhadamente os argumentos que sustentam estas duas perspetivas e se exploram as suas diferenças fundamentais. Paralelamente, identificam-se os principais autores "doves" e "hawks" e tenta-se perceber qual das duas perspetivas tem sido mais adotada nos últimos anos por forma a apurar qual o efeito económico da adoção de cada uma destas políticas. Os dados recolhidos permitiram concluir que atualmente o Banco Central Europeu conta com mais "hawks" do que "doves". Por um lado, depreende-se que os "hawks" estão certos quando afirmam que não combater a inflação de forma árdua pode originar níveis de inflação preocupantes. Por outro lado, também se percebe que o combate à inflação resulta em impactos negativos no emprego e no crescimento económico, o que corrobora a visão dos "doves". Em suma, ambas as perspetivas "dove" e "hawk" são suportadas por argumentos válidos que, ainda assim, pressupõem diferentes posições sobre o que é ideal para a economia da Zona Euro. A presente dissertação não identificará qualquer uma destas perspetivas como certa ou errada, apresentando-se antes um conjunto de conclusões em relação ao histórico da inflação e aos impactos do combate à inflação que permitirão aos leitores identificar qual das duas visões consideram ideal.

The main figures responsible for monetary policy in the Eurozone are divided regarding the best approach to ensure price stability in goods and services. This clash of opinions has given rise to two prominent groups, commonly referred to as the "doves" and the "hawks". These two contrasting perspectives are the focus of this dissertation, which provides a detailed analysis of the arguments supporting these two views, highlighting their key differences. In addition, the main authors of the "dove" and "hawk" perspectives are identified and this dissertation later examines which of these stances has been prevalent in recent years in order to determine the economic impact of each approach. The data gathered for this study indicates that the European Central Bank is currently dominated by a "hawkish" approach. The analysis suggests that the "hawks" are correct in asserting that insufficiently aggressive measures to combat inflation can lead to alarmingly high inflation levels. However, this aggressive inflation control also appears to negatively impact employment and economic growth, lending support to the "dovish" argument. In conclusion, both the "dove" and "hawk" perspectives are grounded in valid arguments, though they reflect different priorities for the Eurozone economy. This dissertation does not seek to determine which perspective is correct. Instead, it offers a set of conclusions based on the history of inflation and the consequences of inflation control measures, allowing readers to determine which approach best aligns with their own economic perspectives.