Título
Feminism as a new opportunity for joint action?: Possibilities and limitations for more sustainable outcomes in development cooperation through a feminist policy approach using the case of Germany and Mozambique
Autor
Wilmes, Maren
Resumo
pt
As abordagens feministas na política externa e de desenvolvimento têm vindo a ganhar popularidade internacional desde que foram introduzidas pela primeira vez pela Suécia em 2014. Como tal, têm como objetivo apoiar as mulheres nos sistemas existentes, desconstruindo simultaneamente as estruturas de poder racistas, coloniais e patriarcais que perpetuam a marginalização social e as práticas discriminatórias e centradas nos “3 Rs” - direitos, recursos e representação. Até à data, vários países predominantemente ocidentais, incluindo a Alemanha, adoptaram esta abordagem. No entanto, os críticos têm argumentado que, embora as políticas feministas tenham um grande potencial, entram frequentemente em conflito com a segurança nacional e com os interesses económicos, limitando a sua capacidade de provocar mudanças transformadoras. Isto levanta a questão de saber se o feminismo pode ser uma nova oportunidade para uma ação conjunta no domínio do desenvolvimento sustentável.
Neste contexto, o estudo examina as possibilidades e limitações da incorporação de abordagens feministas para obter resultados de desenvolvimento mais sustentáveis, utilizando o caso da Alemanha e de Moçambique. Ao fazê-lo, não só muda o foco para a implementação prática e as condições locais, como também enfatiza a necessidade de uma reflexão crítica sobre as intersecções históricas de género, colonialismo e capitalismo na cooperação para o desenvolvimento com o continente africano. Uma vez que a Alemanha é um dos maiores doadores de cooperação para o desenvolvimento a nível mundial e mantém relações bilaterais de longa data com Moçambique, o caso da Alemanha e de Moçambique proporciona um contexto frutífero para esta análise. Recorrendo à investigação qualitativa no terreno, incluindo dez entrevistas semi-estruturadas com actores locais, o estudo explora as implicações práticas da integração de princípios feministas na cooperação para o desenvolvimento, dando prioridade aos conhecimentos locais e capacitando diversas vozes para revelar o papel das mulheres e as desigualdades sistémicas.
en
Feminist approaches in foreign and development policy have gained international popularity since they were first introduced by Sweden in 2014. As such, they aim at supporting women within existing systems, while simultaneously deconstructing racist, colonial and patriarchal power structures that perpetuate social marginalization and discriminatory practices and centred around the ‘3 Rs’ - rights, resources and representation. To date, several predominantly Western countries, including Germany, have adopted such an approach. However, critics have argued that while feminist policies have great potential, they often clash with national security and economic interests, limiting their ability to bring about transformative change. This raises the question as to whether feminism can be a new opportunity for joint action in the field of sustainable development.
Against this background, the study examines the possibilities and limitations of incorporating feminist approaches for more sustainable development outcomes using the case of Germany and Mozambique. Doing so, it not only shifts the focus to practical implementation and local conditions, but also emphasises the need for critical reflection on the historical intersections of gender, colonialism and capitalism in development cooperation with the African continent. As Germany is one of the largest donors in development cooperation worldwide and maintains long-standing bilateral relations with Mozambique, the case of Germany and Mozambique provides a fruitful context for this analysis. Using qualitative research in the field, including ten semi-structured interviews with local actors, the study explores the practical implications of integrating feminist principles into development cooperation by prioritizing local expertise and empowering diverse voices to uncover the role of women and systemic inequalities.