Título
Práticas de GRH e work engagement em teletrabalho: o papel mediador da confiança organizacional
Autor
Oliveira, Joana Margarida Faria
Resumo
pt
O estudo explora o teletrabalho, que se expandiu devido à pandemia Covid-19. Ainda que tenha sido
uma solução fundamental, é importante ter em conta o bem-estar dos teletrabalhadores e o que pode
contribuir para o fomentar.
A problemática engloba o impacto da confiança organizacional na relação entre as práticas de
gestão de recursos humanos e o work engagement em teletrabalho, procurando analisar se as práticas
de GRH têm uma relação positiva com o work engagement, e se esta é mediada pela confiança
organizacional. O estudo é de natureza exploratória e quantitativa, assentando num questionário online,
a uma amostra de 247 teletrabalhadores de grandes e médias empresas, em Portugal.
Os resultados indicam que as perceções dos teletrabalhadores sobre as práticas de acesso a recursos,
de comunicação e participação e de formação implementadas pelas empresas contribuem para o seu
work engagement, e que a confiança organizacional é essencial nesta relação. Contudo, foi identificado
que a perceção das práticas de avaliação de desempenho e de flexibilidade não tiveram uma relação
positiva sobre o work engagement e a confiança organizacional, sendo importante, futuramente, refletir
sobre esta questão.
A presente investigação contribui para a literatura na área das práticas de GRH e do work
engagement como indicador de bem-estar no trabalho, tal como salienta a importância da confiança
organizacional em contexto laboral, nomeadamente de teletrabalho. Assim, incentiva a repensar a forma
como as empresas praticam o teletrabalho, abrindo espaço para investigações futuras com base em
diferentes dimensões.
en
The study explores teleworking, which has expanded due to the Covid-19 pandemic. Although it has
been a key solution, it is important to take into account the well-being of teleworkers and what can
contribute to foster it.
The problematic encompasses the impact of organizational trust on the relationship between human
resource management practices and work engagement in teleworking, seeking to analyse if HRM
practices have a positive relationship with work engagement, and whether this is mediated by
organizational trust. The study is exploratory and quantitative in nature, based on an online
questionnaire to a sample of 247 teleworkers from large and medium-sized companies in Portugal.
The results indicate that the teleworkers' perceptions of the practices of access to resources,
communication and participation, and training implemented by the companies contribute to their work
engagement, and that organizational trust is essential in this relationship. However, it was identified
that perceived performance appraisal and flexibility practices did not have a positive relationship on
work engagement and organizational trust, and it is important to reflect on this issue in the future.
The present research contributes to the literature in the area of HRM practices and work
engagement as an indicator of well-being, as well as highlights the importance of organizational trust
in the work environment, namely telecommuting. Thus, it encourages rethinking the way companies
practice telework, opening space for future research based on different dimensions.