O desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação (TIC) permitiu que o teletrabalho seja uma forma de trabalho a par de outras mais convencionais. Torna-se fundamental compreender quais os seus efeitos nos colaboradores no que diz respeito ao conflito entre a vida pessoal e profissional. Em particular do impacto da perceção das vantagens do teletrabalho, da satisfação face ao trabalho e do suporte organizacional percebido no conflito trabalho-família. Realizou-se um estudo de natureza quantitativa, com 463 inquiridos, sendo 283 mulheres e 180 homens. A média de idades foi de 43 anos para o sexo feminino e 44 anos para o sexo masculino. Cerca de 74% dos participantes trabalhavam integralmente em teletrabalho. Este estudo permitiu concluir que a percentagem de horas, meses em teletrabalho e o suporte organizacional são preditores da perceção das vantagens do teletrabalho e o suporte organizacional é preditor do conflito trabalho-família, concluindo que, quanto maior o suporte organizacional, menor tende a ser o conflito trabalho-família. Apurou-se que a perceção das vantagens do teletrabalho é um fator de mediação da relação com o suporte organizacional e com o conflito entre a vida pessoal e profissional. Verificou-se que, quer o conflito trabalho-família, quer a preocupação da empresa com o equilíbrio trabalho-família são mediadores da relação com o suporte organizacional e a satisfação face ao trabalho. Desta forma, é fundamental que as organizações e superiores face a este novo regime laboral invistam em novas práticas de trabalho que promovam o suporte organizacional e que consigam arranjar novas formas de liderança.

The development of information and communication technologies (ICTs) has allowed telework to be a form of work alongside other forms of conventional work. This way, it is essential to understand what effects telework has on employees regarding the work-life conflict. In particular, the impact of the perception of the advantages of teleworking, job satisfaction and organizational support perceived in the work-life conflict. A quantitative study was carried out, with 463 respondents, 283 women and 180 men. The average age was 43 years old for females and 44 years old for males. About 74% of the participants worked full-time in a telecommuting regime. This study allowed us to conclude that the percentage of hours, months in telework and organizational support are predictors of the perception of the advantages of teleworking and that organizational support is a predictor of work-life conflict, concluding that the greater the organizational support, the lower tends to be the work-life conflict. It was found that the perception of the advantages of teleworking is a mediating factor in the relationship with organizational support and with the work-life conflict. It was also shown in our study that both the conflict between personal and professional life and the company´s concern with work-life balance mediate the relationship with organizational support and job satisfaction. For these reasons, it is essential that organizations and superiors, once faced with this new work regime, invest in new practices that promote organizational support and that superiors manage to find new forms of leadership.