Título
“Telepain”: A relação entre as condições físicas do teletrabalho e a saúde músculo-esquelética dos trabalhadores: O papel moderador da autonomia e das exigências do trabalho
Autor
Forte, Bárbara Sofia Dionísio
Resumo
pt
O teletrabalho tem vindo a afirmar-se ao longo dos anos. Devido à pandemia de COVID-19, o
recurso a esta forma de organização do trabalho intensificou-se e existem evidências de que irá
fazer parte da vida profissional futura. O teletrabalho, frequentemente, acarreta condições
físicas de trabalho adversas, sendo que os teletrabalhadores são confrontados com desafios e
oportunidades únicas no que respeita ao seu trabalho e segurança. Por conseguinte, uma das
questões mais pertinentes é compreender como é que isso poderá afetar o trabalhador,
nomeadamente a saúde dos mesmos. O objetivo do presente estudo consiste em verificar se a
qualidade das condições físicas do teletrabalho se relacionam com as lesões músculoesqueléticas
e, ainda, se a autonomia e as exigências do trabalho contribuem para essa relação.
Foi efetuado um estudo com uma abordagem quantitativa do tipo correlacional, sendo que para
a recolha de dados recorreu-se a um questionário online que contou com uma amostra de 920
participantes que se encontravam em teletrabalho (total ou parcial). Os dados foram analisados
através do software IBM SPSS Statistics e o modelo de investigação foi testado através da
macro PROCESS. Os resultados obtidos indicam que a qualidade das condições físicas do
teletrabalho está negativamente relacionada com as lesões músculo-esqueléticas. Contudo, a
autonomia e as exigências do trabalho não revelaram serem moderadoras da relação principal.
Posto isto, é demonstrado o caráter inovador do presente estudo, sendo uma mais-valia para as
organizações que pretendem implementar ou continuar com o regime de teletrabalho.
en
Telework has been asserting itself over the years. Due to the COVID-19 pandemic, the use of
this form of work organization has intensified and there is evidence that it will be part of future
working life. Telework often entails adverse physical working conditions, and teleworkers are
faced with unique challenges and opportunities regarding their work and safety. Therefore, one
of the most pertinent questions is to understand how this may affect the worker, namely their
health. The aim of this study is to verify whether the quality of the physical conditions of
telework are related to musculoskeletal disorders, and also whether autonomy and work
demands contribute to this relationship. A study with a quantitative correlational approach was
carried out, using an online questionnaire for data collection with a sample of 920 participants
who were teleworking (total or partial). The data were analyzed using the IBM SPSS Statistics
software and the research model was tested through the PROCESS macro. The results obtained
indicate that the quality of the physical conditions of telework is negatively related to
musculoskeletal injuries. However, autonomy and job demands were not shown to be
moderators of the main relationship. Having said this, the innovative character of this study is
demonstrated, being an added value for organizations wishing to implement or continue with
the telework regime.