Esta dissertação aborda como o teletrabalho reflete os lugares de classe ocupados pelos trabalhadores e qual a sua influência na tensão estabelecida entre a busca por maior autonomia do trabalhador e a manutenção do poder hierárquico. A revisão bibliográfica baseia-se nas reflexões de Erik Olin Wright e António Firmino da Costa sobre as classes sociais, bem como em materiais publicados pela OIT, Eurofound e OCDE e em várias revistas científicas que abordam os temas do teletrabalho, autonomia e poder hierárquico. Esta investigação fundamenta-se também em entrevistas semiestruturadas com indivíduos que atuam no segundo grau de jurisdição do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, no sul do Brasil. São trabalhadores altamente dotados de recursos escolares, culturais e económicos, o que se reflete nas funções por eles desempenhadas. Os entrevistados foram separados em três níveis hierárquicos, que são os de dirigentes, gerentes e executantes. Os questionários aplicados foram formulados de forma a captar a perceção dos participantes sobre as ligações entre teletrabalho e qualidade de vida, produtividade, comunicação e confiança. O aumento da autonomia dos executantes, sem prejuízo do poder hierárquico exercido pelos demais níveis, foi o principal resultado desta pesquisa.

This dissertation addresses telework and its relations towards the class location of workers as well as the tension established between the pursuit of growing autonomy of workers and the maintenance of the hierarchical power of the employer. The literature review is based on the reflections on social classes by Erik Olin Wright and António Firmino da Costa and on published materials by the ILO, Eurofound and OECD, as well as in several scientific journals, on the themes of telework, autonomy and hierarchical power. The research is based on semi-structured interviews with individuals who work in the second degree of jurisdiction of the Regional Labor Court of the 4th Region, in southern Brazil. These are workers highly endowed with school, cultural and economic assets, which is reflected in their relationship with the functions they perform. The interviewees were separated into three hierarchical levels, which are those of chiefs, managers and performing workers. The applied questionaries were formulated in order to capture the perception of the participants about the link between telework and quality of life, productivity, communication and confidence. The increase in the autonomy of the performing workers, without a loss of hierarchical power by the other levels, was the main result of this research.