Título
Espaço exterior da escola: Uma sala de aula a descobrir
Autor
Rosa, Nádia Sofia Pereira
Resumo
pt
Numa altura em que o contributo dos espaços exteriores para uma aprendizagem ativa e participada,
centrada no aluno e baseada em métodos ativos e inovadores tem vindo a ganhar destaque, este
trabalho procurou conhecer as representações dos professores relativamente às práticas pedagógicas
em espaços escolares exteriores e perceber se estas práticas são ou não já adotadas pelos docentes
no âmbito da sua intervenção pedagógica, identificando o que as potencia e sinalizando os principais
obstáculos à sua implementação. Pretendeu ainda perceber se a arquitetura dos espaços e os recursos
disponíveis no espaço escolar exterior têm influência na adoção de práticas pedagógicas ao ar livre.
Utilizando uma metodologia qualitativa comparativa-tipológica entrevistámos 12 professoras do
1º ciclo do ensino básico, distribuídas por duas tipologias de escola definidas com base no potencial
educativo inscrito no espaço exterior.
Em linha com outros estudos já realizados, concluiu-se acerca da valorização generalizada das
práticas pedagógicas em espaços exteriores, embora ainda persista a resistência à inovação das
práticas docentes. Encontrámos dois perfis de professoras - as inovadoras e as resistentes - que se
distinguem pelas suas representações e práticas. Não obstante todas as professoras identificarem
obstáculos à inovação, os processos de mudança parecem ser mais mobilizadores e significativos
quando têm caráter coletivo e decorrem em escolas de menor dimensão, com projetos de escola
coesos, numa relação de partilha e interação com as famílias e com a comunidade. Foi ainda possível
concluir que o espaço influencia, mas não determina as práticas inovadoras.
en
At a time that contribution of outdoor spaces to active and participative learning, centered on the
student and based on active and innovative methods has been gaining prominence, this work sought
to know the representations of teachers regarding pedagogical practices in outdoor school spaces and
to understand whether or not these practices are already adopted by teachers in the context of their
pedagogical intervention, identifying what drives them and pointing out the main obstacles to their
implementation. It also intended to understand whether the architecture of spaces and the resources
available in the outdoor school space have an influence on the adoption of outdoor pedagogical
practices.
Using a qualitative comparative-typological methodology, we interviewed 12 primary education
teachers, distributed among two school typologies defined based on the educational potential
inscribed in the outdoor space.
In line with other studies already carried out, it was concluded that there is a generalized
appreciation of pedagogical practices in outdoor spaces, although resistance to innovation in teaching
practices still persists. We found two profiles of teachers - the innovative and the resistant - who are
distinguished by their representations and practices. Despite all teachers identifying obstacles to
innovation, the processes of change of practices seem to be more mobilizing and significant when they
have a collective character and take place in smaller schools, with cohesive school projects, in a
relationship of sharing and interaction with families and with the community. It was also possible to
conclude that space influences, but does not determine innovative practices.