Este estudo qualitativo buscou os pontos de vista de jovens diversos e queer em relação às experiências, percepções e impacto da Educação Sexual, no contexto de Lisboa, Portugal. Apesar de um crescente corpo de investigação sobre o tema, continua a faltar uma abordagem interseccional aplicada aos estudos de Educação Sexual em Portugal. Baseando-se em onze entrevistas semi-estruturadas, este estudo explora as principais dimensões das fontes formais e informais de educação: família, escola, pares, pornografia e Internet. Através da análise temática, o autor examinou como essas dimensões moldaram a compreensão da juventude sobre a sexualidade, identificando tópicos emergentes sobre pontos de vista, necessidades, discursos dominantes e impacto. Fontes formais frequentemente perpetuavam mensagens heteronormativas afirmando estereótipos de género, déficit erótico ou silêncio, o que foi associado a um impacto negativo e sentimentos de exclusão. Fontes informais forneceram informações mais significativas e úteis, especialmente no caso de normalização de experiências entre pessoas do mesmo sexo entre participantes queer. No entanto, os participantes foram frequentemente expostos a mensagens contendo valores patriarcais e papéis de género, que indicavam a necessidade de equipar os jovens com lentes críticas enquanto navegavam nas dimensões informais. Esses achados sugerem a necessidade de uma educação sexual mais inclusiva e abrangente para os jovens na escola, tratando os indivíduos como sujeitos sexuais legítimos e fornecendo aos professores treinamento adequado.

This qualitative study sought the views of diverse and queer youth in relation to Sexuality Education experiences, perceptions and impact in the context of Lisbon, Portugal. Despite a growing body of research on topic, there remains a lack of intersectional approach applied to Sexuality Education studies in Portugal. Drawing on eleven semi-structured interviews, this study explores key dimensions of formal and informal education sources: family, school, peers, and pornography and the Internet. Through thematic analysis, the author examined how these dimensions shaped youth’s understanding of sexuality, identifying emerging topics regarding views, needs, dominant discourses and impact. Formal sources often perpetuated heteronormative messages affirming gender stereotypes, erotic deficit, or silence, which was associated with a negative impact and feelings of repression and exclusion. Informal sources provided more significant and useful information, especially in the case of normalising same-sex experiences amongst queer participants. Nevertheless, participants were frequently exposed to messages containing patriarchal values and gender roles that indicated the need of equipping youth with critical lens while navigating informal dimensions. These findings suggest the need of more inclusive and comprehensive sexuality education for youth at school, treating individuals as legitimate sexual subjects and providing teachers with appropriate training.