A síndrome de burnout, definida pela exaustão emocional, despersonalização e realização pessoal, designa um estado de fadiga física e emocional crónico dos profissionais, que pode comprometer as organizações. Neste estudo descritivo, correlacional e comparativo, pretendemos determinar a influência dos factores organizacionais nos níveis de burnout dos enfermeiros dos serviços de psiquiatria de agudos dos hospitais públicos da região de Lisboa. O referencial teórico enquadra o stress no trabalho salientando conceitos de burnout e clima organizacional. Delinearam-se hipóteses de estudo que pressupõem uma associação entre os diferentes níveis de burnout com os factores organizacionais, por um lado, e as consequências por outro. Aplicaram-se, a 108 enfermeiros, duas escalas validadas para a população portuguesa, a Maslach Burnout Inventory, para a avaliação do burnout e a WorK Environment Scale para o clima organizacional, precedidas de um questionário sociodemográfico, que foram alvo de tratamento estatístico. Apurou-se que 62% dos enfermeiros reflectem baixo burnout; 10% um burnout intermédio e 27% um elevado burnout. Nas variáveis individuais, apenas a idade influencia os níveis de exaustão emocional: quanto mais novos maiores são estes valores. Nas dimensões do clima organizacional, é a pressão no trabalho, a autonomia, o desenvolvimento pessoal e o envolvimento que mais influenciam. Como consequências do burnout, estes profissionais manifestam intenção de abandonar a instituição, insatisfação e queixas somáticas, explicadas apenas pela exaustão emocional. Apesar de não se configurarem estratégias, pelas organizações, parece que estes profissionais vão adoptando estratégias no continuum burnout-empenhamento que lhes permite prevenir e diminuir o risco de desgaste profissional.

The burnout syndrome, which consists in an emotional breakdown, the loss of inner self and self-fulfilment, often refers to a chronic emotional and physical fatiguing mood of some professionals that may compromise organizations. In this descriptive and comparative study it is expected to determine how the burnout levels, experienced by the nursing staff of the psychiatric ward in Lisbon public hospitals, may affect their performance. Theory states that stress experienced in their routines, emphasizing the burnout and organizational environment concepts. Some study views were pointed out to associate different burnout levels with the organizational factors and their consequences. Two scales (valid for the Portuguese population) were tested on 108 nurses. The Maslach Burnout Inventory was used to evaluate the burnout and the Work Environment Scale to the organizational environment. Both were preceded by a socio-demographic poll, further statistically analysed. It was concluded that 62% of the nursing staff show a burnout low level; 10% an intermediate one and 27% a high level. Analysing the personal profiles, only age is responsible for the emotional fatigue levels: the younger people are the higher the levels. As regards the organizational environment, factors such as stress, autonomy and personal fulfilment were proved to be highly influential. Consequently, these professionals wish to abandon institutions. Dissatisfaction and physical pains usually come along. Despite the total indifference of organizations towards these problems, nurses seem to get by adapting certain strategies such as a growing involvement which enables them to prevent and diminish the risk of professional breakdown.