O acolhimento residencial é uma realidade para muitas crianças e jovens em Portugal. Estudos indicam que a intervenção nas residências de acolhimento não está especialmente direccionada para a preparação dos jovens para a vida futura, não permitindo o desenvolvimento de um conjunto de competências consideradas imprescindíveis para uma vida adulta autónoma. Assim, no presente trabalho de projecto pretende-se desenhar um programa de desenvolvimento de competências de autonomia para jovens em acolhimento residencial prolongado, com idades compreendidas entre os 14 e os 19 anos. Após um enquadramento teórico que espelha as dificuldades dos jovens que saem do acolhimento residencial para a vida autónoma, bem como da apresentação das mais-valias dos programas de autonomia de vida, através de entrevistas semi-estruturadas a jovens (N=9) com historial de acolhimento residencial e a técnicos (N=9) que acompanham os jovens no acolhimento e após o mesmo, avaliaram-se as necessidades específicas dos jovens após a sua saída do acolhimento, em quatro dimensões: 1) social, 2) financeira, 3) escolar e profissional, e, 4) doméstica. Através da análise de conteúdo, verificou-se que os participantes identificam mais dificuldades a nível da inserção social e na gestão doméstica, sendo a este nível, inclusive, que a intervenção dos técnicos em acolhimento residencial é mais focalizada. Assim, foi desenhado um programa que considera a revisão da literatura, bem como as dificuldades e as boas práticas enunciadas pelos participantes na avaliação de necessidades, cuja avaliação será realizada através de um design experimental.

Residential care is a reality of many young people in Portugal. Studies shows that intervention in residential care is not particularly focussed on youngsters’ preparation for the future; consequently, it doesn’t promote the training of the necessary skills and competencies for maintaining a stable, healthy and autonomous adult life, making more difficult to many of these young adults to rely on social services. The goal of this project is to design and establish a program for the development of autonomy competences for youngsters aged 14 to 19 years in long-standing residential care. First, it’s presented a theoretical framework that reveals young people’s difficulties in leaving residential care in exchange for an independent life, and shows the benefits of autonomous life programs; then, through interviews to youngsters (N=9) in residential care and to technicians (N=9) involved in institutionalization and the period after, evaluate, in four dimensions of these youngsters’ specific needs after leaving the institution: 1) social, 2) financial, 3) academic/ professional, and 4) domestic. The content analysis of the interviews showed that participants identify more difficulties in social and domestic aspects; it is precisely in those aspects that technicians’ intervention is specially focused. This made possible the designing of the program, considering not only the existing literature, but also the difficulties and good practice referred by the participants involved in the assessment. The program includes a experimental evaluation.