Nesta tese pretende-se abordar as campanhas militares realizadas por Teixeira Pinto e Abdul Indjay na Guiné-Portuguesa no período que mediou entre 1910 e 1915, bem como o papel desempenhado por ambos nesse conflito. A missão pacificadora de Teixeira Pinto na Guiné, que incluiu o Senegalês Abdul Indjay, veio corresponder às espectativas políticas implementadas pelas autoridades portuguesas com vista à conquista plena do território perante a iminência de uma revolta dos guineenses autóctones. Estas campanhas causaram grandes espectativas nas autoridades portuguesas instaladas no território, que almejavam pôr fim à resistência permanente dos autóctones ao poder colonial. As etnias Soninquês, Manjacos, Balantas e os Pepéis eram tidas pelos portugueses como reincidentes devido ao perigo que causavam de forma sistemática às autoridades metropolitanas por não colaborarem de forma efectiva na pacificação do território, cuja população receava cada vez mais as hostilidades dos Portugueses. A resistência às ordens e as inconformidades com a política levada a cabo pelos portugueses fizeram desses grupos étnicos os que mais hostilidades sofreram ao longo da guerra de pacificação do território. Com o controlo efetivo do território da Guiné, as autoridades portuguesas, através do seu Ministério das Colónias, perspetivaram os novos planos para a segurança territorial, novas políticas agrícolas, económicas e educacionais de forma a garantir a estabilidade e uma produtividade capaz de responder às necessidades coloniais.

The purpose of this study is to provide an historical perspective on the military campaigns conducted by Teixeira Pinto and Abdul Indjay in Portuguese Guinea from 1911 to 1915 and the historical role both played in this conflict. The peace mission of Teixeira Pinto in Guinea, which included the Senegalese Abdul Indjay, achieved the expected policies implemented by the Portuguese authorities for the full domination of the territory, facing an eminent revolt of Guinean natives. This situation grew great expectations within the Portuguese authorities in Guinea, longing to end this permanent indigenous resistance to the colonial power. The Soninquês, Manjacos, Balanta and Pepéis were regarded by the Portuguese as ethnic offenders due to the continuous threat to the metropolitan authorities: there was no cooperation at all about the pacification of the territory. As a result, the population feared a situation of growing hostility coming from the Portuguese. The resistance to the orders and non-conformities with the policy pursued by the Portuguese caused great suffering among these ethnic groups during the process of pacification of the territory. With the effective control of the territory of Guinea, the Portuguese authorities, by means of the Ministry of Colonies, had new plans for territorial security and new agricultural, economic and educational politics in order to ensure stability and the productivity able to meet the colonial needs.