Título
Flexibilidade e precariedade nas micro e pequenas empresas no contexto de crise: Um olhar sociológico
Autor
Lopes, Mariana Ferreira Veiga
Resumo
pt
A relação entre a flexibilidade da gestão de recursos humanos e a precariedade laboral
tem gerado crescente controvérsia e análise. Se por um lado, existem cada vez mais empresas
a utilizar diferentes modalidades de gestão flexível, por outro lado, verifica-se um aumento de
trabalhadores com vínculo precário não só em Portugal, como na Europa. Nomeadamente, as
formas de flexibilidade externa parecem implicar precariedade acrescida.
No âmbito deste estudo pretendemos contribuir para esta reflexão partindo do
pressuposto de que a relação flexibilidade/precariedade se apresenta de modos diferentes
atendendo à dimensão das empresas, às actividades que desenvolvem (tipo de serviços ou
produtos) e às características das ocupações profissionais envolvidas (mais ou menos
qualificadas). Assim, exploramos neste estudo o caso de duas micro empresas, de dois
sectores distintos, uma das tecnologias de informação e comunicação e outra das actividades
artísticas e culturais, ambas envolvendo trabalhadores qualificados (com ocupações
profissionais distintas) com o objectivo de identificar e comparar as estratégias e práticas de
flexibilidade e seu impacto na precariedade, bem como mapear e comparar as representações
sociais dos trabalhadores das duas empresas sobre a flexibilidade/precariedade.
en
The relationship between flexibility of human resources management and precarious
work has generated further controversy and analysis. On the one hand, there are more and
more companies using different methods of flexible management and on the other hand, there
is an increase of workers with precarious jobs, not only in Portugal, but in general in Europe.
In particular, external flexibility seems to imply increased insecurity and precarious jobs.
We intend to contribute to this debate with basis on the assumption that the
relationship flexibility/precarious work may assume different patterns in view of the size of
the companies concerned, their activities (type of services or products) and characteristics of
occupations involved (more or less skilled). Thus, we explore in this study the case of two
micro enterprises, of two distinct sectors, one within information and communication
technologies sector and the other within the artistic and cultural sector, and both comprising
skilled workers with the aim of identifying and comparing strategies and practices of
flexibility and their impact on precarious work, and with the aim of mapping and comparing
the social representations of the workers (of the two companies) in relation to
flexibility/precarious work.