Título
A cidade e a música: a escola de música do conservatório nacional
Autor
Cantante, Vera Aresta Branco Viegas
Resumo
pt
É reconhecida na cidade contemporânea uma
dispersão urbana e uma falta de sentido “humano”,
esta aparece dividida entre o que são as áreas formais
e as áreas informais resultando num limite que
estimula a exclusão social. Neste limite, surge espaço
público, o espaço entre e que congrega os opostos. Na
procura de uma humanização da cidade e diluição dos
limites delineados considera-se necessária, tal como
Jorge Jáuregui aponta, a existência de estratégias de
intervenção que conciliem as necessidades e interesses
locais e da cidade a fim de uma cidade contemporânea
conectada1, como Aldo Van Eyck defende “(…) a cidade
como uma grande casa (…)”2.
A música é considerada como uma possível
ferramenta de intervenção na cidade com qualidades
sociais e urbanas. As suas qualidades sociais são
reconhecidas já desde Platão e Aristóteles pelo seu poder de formação e transformação do indivíduo e
utilizadas em projetos inseridos em comunidades
desfavorecidas que beneficiam do poder da música e da
educação musical a fim de se conseguirem resultados a
nível social, podendo-se considerar um novo paradigma
da educação musical, as “orquestras de rua”. Quanto
às suas qualidades urbanas, é defendido que a música
é uma importante ferramenta para a criação de “lugar”,
promovendo a interação social e diferentes perceções
do espaço, qualidades reconhecidas em projetos de
arquitetura de intervenção que utilizam a música como
ferramenta de revitalização e regeneração de espaços
da cidade. Procura-se uma possível articulação destas
qualidades a fim de estas se beneficiarem mutuamente
e de “a cidade ser uma grande casa”3.
en
It is recognized in the contemporary city a
urban dispersion and a lack of “human” meaning, the
city is divided between the formal and the informal
areas resulting in a borderline that stimulates the
social exclusion. In this borderline line, comes public
space, the space between and that brings together
the opposites. In order to the humanization and the
thinning of the limits is considered necessary, as Jorge
Jáuregui points, a existence of intervention strategies
that balance the local and city needs and interests for
a connected contemporary city4, as Aldo Van Eyck says
“(…) a city like a large house (…)5.
Music is considered a possible tool of
intervention in the city, with social and urban qualities.
Its social qualities are recognized since Plato and
Aristotle for its power of formation and transformation of
the individual and used in projects placed in deprived communities that benefit from the power of music and
musical education in order to achieve social outcomes,
turning possible to be considered a new paradigm of
music education, the “street orchestras”. Referring
to its urban qualities, it is argued that music is an
important tool to the creation of “place”, promoting
social interaction and different perceptions of space,
qualities recognized in intervention architecture
projects that use music as a tool for the revitalization
and regeneration of city spaces. A possibility of
articulation of these qualities could benefit each other
and turn the “(…) city like a large house (…)”6.