Título
Diz-me com o que andas, dir-te-ei quem és: o papel da impressão acerca de uma marca na realização de inferências espontâneas de traço a partir de comportamentos de pessoas
Autor
Amado, Sónia Marisa de Lima Souto
Resumo
pt
No presente trabalho é explorado o papel das expetativas prévias acerca de um alvo incidentalmente
presente no contexto de um comportamento, na ocorrência de Inferências Espontâneas de Traço
(IET) a partir desse comportamento. Considerando a demonstrada ocorrência de processos de
Transferência Espontânea de Traços para outros alvos que não o ator do comportamento (Carlston,
Skowronski, & Sparks, 1995), testa-se se as expetativas acerca de um alvo não relacionado com o
comportamento podem influenciar o processo de IET. Wigboldus, Dijksterhuis, e Van Knippenberg
(2003) demonstraram que as IETs podem ser inibidas perante expetativas estereotípicas acerca do
ator inconsistentes com o traço implicado pelo comportamento exibido por esse ator. O presente
trabalho testa se este processo de inibição das IETs se mantém quando as expetativas ativadas
dizem respeito não ao ator do comportamento, mas a um alvo incidentalmente presente no contexto,
mais concretamente a uma marca (logotipo). Utilizando uma adaptação do Paradigma de Falsos
Reconhecimentos (Todorov & Uleman, 2002) observamos que o facto da expetativa acerca de uma
marca ser incongruente com um traço apresentado não inibe a ocorrência de uma IET, e em algumas
circunstâncias facilita até o acesso à memória para as implicações de traço do comportamento. As
implicações destes resultados para a discussão acerca da natureza atribucional (versus associativa)
da IET, serão analisadas.
en
In this work is explored the role of previous expectations about a target that is incidentally present in
the context of a behavior, in the occurrence of Spontaneous Trait Inference (STI) from that behavior.
Considering the proven occurrence of Spontaneous Trait Transference process to other targets that
not the actor of the behavior (Carlston, Skowronski, & Sparks, 1995), we tested whether expectations
about a target not related with a given behavior can influence the process of the STI from that
behavior. Wigboldus, Dijksterhuis, and Van Knippenberg (2003) have shown that STIs can be
inhibited in the presence of stereotypical expectations about the actor of a behavior that are
inconsistent with the trait implications of that behavior. The present work tests if this process of
inhibition of STIs remains when the activated expectations do not relate to the actor's behavior, but to
a target incidentally present in the context, more specifically expectations about a brand (logo). Using
an adaptation of the Paradigm of False Recognition (Todorov & Uleman, 2002) we observed that
expectations about the brand that are incongruent with the trait implications of the behavior do not
inhibit the occurrence of an STI and, in some circumstances, even facilitate the memory access to the
trait implications of the behavioral. The implications of these results for the discussion about the
attributional nature (versus associative) of STI, will be analyzed.