Título
O processo de privatização e sua influência empresarial: Angola 1989-2012
Autor
António, Sapalo
Resumo
pt
Angola libertou-se da colonização portuguesa a 11 de Novembro de 1975, iniciando-se nessa
fase um conjunto de políticas governativas enfatizadas em reformas económicas ligadas à
nacionalização e confisco de empresas cujos proprietários haviam abandonado o país na
sequência da turbulenta situação político-militar vivida no país.
O monopólio económico e empresarial entretanto assumido pelo governo pós-independência,
procurou por um lado, produzir um conjunto de linhas orientadoras que passaram a reger toda
a atividade politica, militar e administrativa da sua estrutura, e por outro, produzir a partir das
empresas entretanto nacionalizadas, um conjunto de bens essenciais e necessários à melhoria
das condições de vida dos cidadãos e assegurar simultaneamente o apoio económico ao
período pós-guerra, ainda que este objetivo não correspondesse minimamente aos
pressupostos inicialmente previstos.
A intensidade do conflito armado vivido ao longo de décadas inviabilizou por completo a
produção de bens, o que por conseguinte gerou o colapso de todo o comércio e das
consequentes trocas que daqui resultam, reproduzindo-se isto num PIB manifestamente
reduzido, assegurado fundamentalmente por empresas com baixas taxas de rentabilidade e
com grande ineficiência produtiva.
As transformações vividas na década de 1980, a partir da queda dos blocos comunistas na
Europa Central, trouxeram no entanto um novo contexto ao mercado empresarial Angolano,
preconizando uma época de redimensionamento empresarial enfatizada em processos
privatizacionais para dinamização da sua economia, o que no entanto degenerou no
desmoronamento da sua rede empresarial, comercial, agrícola e essencialmente industrial.
Desta forma, a tese aqui apresentada procurará identificar as causas de insucesso que
estiveram inerentes a estes processos de privatização, assim como as respetivas sugestões que
possam ser equacionadas em futuros processos desta índole para construção de uma estrutura
empresarial Angolana mais consistente em termos económicos e empresariais.