Título
City squares as spaces for political discourse: reflections on Puerta del Sol and Taksim Square
Autor
Fonseca, Maria João
Resumo
pt
Com o levante Árabe emergiu um novo período na história dos movimentos sociais,
distinto dos anteriores no regime de protesto, que se apoia na supremacia de temas
espaciais nas práticas políticas. Esta investigação tem enfoque nos acontecimentos
políticos e no papel das praças da Puerta del Sol em Madrid e da Praça Taksim em
Istambul, para organizar um pensamento integrado sobre espaço e política.
Com recurso a um paradigma de investigação de estudo de caso com influências da
“grounded theory”, os objetivos gerais de investigação são uma melhor compreensão dos
processos de politização e despolitização através das transformações que ocorreram na
história destas praças, identificar momentos chave que legitimem a sua existência
enquanto espaços políticos, abrindo assim espaço para a discussão sobre os temas de
política espacial e da praça enquanto infraestrutura do poder, um tema amplamente
explorado no discurso dos movimentos sociais contemporâneos para exigir uma transição
democrática. Par um enquadramento dos estudos de caso e validar o profundo significado
das políticas espaciais contemporâneas foram selecionados quatro casos de controlo: a
Comuna de Paris de 1871; o evento de Paris durante o Maio de 1968; o conflito da Praça
Tiananmen em 1989 e os protestos de Seattle de 1999.
Considerando os estudos de caso como exemplo de um fenómeno global, a investigação
conclui que os movimentos sociais contemporâneos dão forma a um meta-discurso
enraizado nas lutas espaciais. Esta conclusão emerge da intensa utilização linguísticas de
termos espaciais na bibliografia que discute o tema das praças enquanto fóruns políticos
mas as ocupações e práticas espaciais que ocorrem nestas praças também confirmam a
sua relevância espacial em política; a praça é uma infraestrutura para o novo discurso de
poder político e a ocupação das praças, momentos de transformação urbana. A luta pela
praça reflete a luta pelos comuns bem como para uma transição democrática.
en
With the Arab awakening emerged a new period in the history of social movements. This
new period is distinct from the regime of protest, as it is mostly based on the supremacy
of spatial issues in political practices. This research focuses on the role of the squares of
Puerta del Sol in Madrid and Taksim Square in Istanbul to translate a unified process of
thinking about space and politics.
Adopting the case study research paradigm within grounded theory methodology, the
aims of this research are to better understand the processes of politicization and
depoliticization throughout the historical transformations of these squares as a
reverberation of politics; and to identify key moments that legitimate them as political
spaces opening up the discussion on the topic of spatial politics and the square as
infrastructure of power, recently broadly used in the discourse of social movements to
demand a democratic transition. To further examine the case studies and to validate the
deep meaning of contemporary spatial politics, four control-case studies were selected:
the Paris Commune of 1871; the events of Paris in May 1968; the Tiananmen Square
conflicts in 1989; and the Seattle protests of 1999.
Considering the two case studies as samples of a more global phenomenon, this research
concludes that contemporary social movements shape an emancipatory meta-discourse
rooted in a spatial struggle. This conclusion is grounded in the extensive linguistic use of
the spatial concepts in the literature that discusses squares as political forums. Effective
occupations or rituals performed in these squares reveal that place still matters in politics.
Therefore, it is argued in this thesis that the square is an infrastructure for a new political
discourse and that square “occupations” transform the city. The struggle for the square is
an expression of the struggle for the commons and for the democratic process.